O ex-membro da executiva estadual do PT Jairo Rocha afirma que cinco membros da sigla foram demitidos do Ministério da Pesca por terem assinado carta de legalização do aborto e das drogas. O documento foi usado contra o candidato a prefeito de Cuiabá Lúdio Cabral (PT) durante a campanha de primeiro turno.

Jairo Rocha alega que quem fez críticas ao postulante do Partido dos Trabalhadores em Cuiabá foi perseguido, até mesmo pelo governo federal. Ele ainda diz que Lúdio Cabral é enganação e que os eleitores não devem se iludir com o candidato. “Estou com dó do povo cuiabano. Já se enganaram com Wilson Santos [ex-prefeito de Cuiabá] e agora vão se enganar com Lúdio”, desabafou.

Representando os mais de 200 membros que se desfiliaram do PT na última quarta-feira (17), Jairo disse que, mesmo com as demissões por motivos de perseguição, os ex-integrantes amam a sigla, mas “o problema que nos levou a sair do PT foi um problema local. Por isso queremos dizer que é um erro votar em Lúdio”, argumentou.

Lúdio Cabral tem 45,9% e Mauro Mendes 42%; votos válidos são 52,2% a 47,8%

No primeiro turno, o então candidato, Carlos Brito (PSD) disse no programa eleitoral que era cristão e jamais ficaria em um partido que é a favor do aborto e das drogas. “Nada é mais importante do que proteger a vida e as nossas famílias nem mesmo as eleições”, disse Brito na época.

O atual adversário de Lúdio pelo cargo de prefeito, Mauro Mendes (PSB), também criticou a assinatura do documento. “Defender a legalização das drogas é um absurdo, é um desrespeito a família e a vida”, disse durante programa eleitoral do primeiro turno.
As pessoas que assinaram a carta - Madson Amorim de Barros (agora ex-secretário da Juventude), Alessandro Claudino de Oliveira, Marina de Moraes (ex-tesoureira do PT), Nestor Defletas e Jair Francisco dos Santos – debandaram para a campanha do candidato do PSB.

Mais motivos para abandonar o PT

Outro motivo para abandonar o PT foi a falta de liberdade para expressar a posição da agremiação na política local. “PT não é a única vida inteligente na política. Vamos sair porque não aceitamos passar por uma comissão de ética onde quem vai votar vai ser Carlos Abicalil e Alexandre Cesar”.

Os desentendimentos internos, segundo Jairo Rocha, começaram desde a homologação de Lúdio como candidato a prefeito na convenção (realizada em 30 de junho deste ano).

“Votamos contra a aliança do PT com PMDB. Desde o início do processo criticamos [executiva municipal e estadual] a aliança. Chega um momento que não dá mais. Ou vamos ficar omissos ou vamos assumir. Optamos por assumir para sermos coerentes”, justificou.

Mais de 200 ex-petistas debandam para campanha de Mauro

O candidato a prefeito de Cuiabá pelo PT, Lúdio Cabral, perdeu apoio de mais de 200 integrantes do Partido do Trabalhador que vão apoiar Mauro Mendes (PSB). Os membros da agremiação alegam que o postulante petista, se eleito, será fantoche dos apoiadores: Silval Barbosa (PMDB), José Riva (PSD) e Eder Moraes (sem partido) e Carlos Bezerra.

Ao justificar o apoio para o candidato Mauro Mendes, o então presidente do PT em Cuiabá, Vilson Águiar, disse que Lúdio Cabral não é digno de administrar a capital e que ele seria apenas fantoche. “Aquele que nos propõe trair pessoas não é digno de administrar a cidade”.

Lúdio Cabral não se incomoda com a debandada

O candidato petista não se incomodou com a debandada dos mais de 200 ex-filiados do PT declararem apoio para a candidatura de Mauro Mendes. De acordo com o postulante, a saída deles foi um ‘alívio’.

“É sem nenhuma repercussão prática. Para nós é até bom isso, porque fica muito claro que a militância verdadeira do PT está unida. A militância verdadeira do PT está unida em tono da nossa candidatura”, declarou.