Exercendo o sexto mandato consecutivo na Câmara Federal, o deputado Wellington Fagundes, presidente estadual do PR, tem ‘matreirice’ de sobra, mas demonstrou uma certa irritação ao explicar que jamais fez chantagem com o PMDB e aliados, para exigir que seja escolhido e apoiado, para o Senado, no pleito de outubro. No entanto, avisou que deseja o apoio do governador Silval Barbosa (PMDB) para a sua candidatura a senador da República pelo arco de alianças governista.
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“Enciume a quem enciumar, o PR vai continuar conversando com quem tem que conversar", afirma Pinheiro
Curiosamente, durante parte do dia desta quarta-feira (15), Wellington está percorrendo a Esplanada dos Ministérios com Silval Barbosa e comitiva de Mato Grosso. É a primeira viagem oficial de Barbosa a Brasília, neste ano.
“Eu disse que, em 2010, fizemos uma aliança para assegurar a reeleição de Silval Barbosa e, também, a governabilidade. Na coligação não estava escrito que teríamos de apoiar o seu sucessor”, explicou Fagundes, referindo-se à coligação ‘Mato Grosso em Primeiro Lugar’, liderada por PMDB e PP com mais nove partidos, em 2010.
Sem citar o senador José Pedro Taques (PDT), Wellington Fagundes confirmou que o PR teve propostas interessantes de outros segmentos políticos. Mas cobra o reconhecimento do grupo governista por ter recuado da candidatura ao Senado em duas eleições passadas, sempre em ‘nome da unidade’.
“Creio que tenho esse crédito junto à cúpula e espero contar com apoio do Silval. Atualmente, o PR assegura a governabilidade para Silval. E eu sou pré-candidato a senador e, portanto, conto que o Silval vai continuar governador e vai me apoiar. Porque eu o apoiei duas vezes, inclusive abrindo mão da candidatura ao Senado”, ponderou Fagundes.
O presidente do PR recordou do seu ‘sacrifício’ nas campanhas de 2006, quando Barbosa foi vice na chapa de Blairo Maggi (PR) e, depois, em 2010, na reeleição do próprio Silval, com Blairo para o Seando. Nas duas ocasiões, Fagundes era candidato a senador e recuou.
Fagundes já tem até ‘bandeira’ para a sua campanha ao Senado: o municipalismo. “É um tema pouco discutido pelos atuais senadores de Mato Grosso”, ponderou.
Fagundes não crê que tenha prejudicado o pré-candidato do PR ao governo do Estado, Maurício Tonhá, o ‘Maurição da Água Boa’, com sua insistência em articular a própria candidatura ao Senado. “O partido lhe deu condições de construir a candidatura. Mas é um trabalho que cabe a ele”, emendou.
Indefinição
Silval Barbosa já avisou, em entrevista para o Olhar Direto na última segunda-feira (13/01), que só decide se vai ser candidato ao Senado, como deseja a cúpula nacional do PMDB, na primeira semana de abril. Se desincompatibilizar, passa o comando do Palácio Paiaguás para o vice-governador Chico Daltro, secretário de Esatado das Cidades e presidente do PSD. Desta forma, Daltro teria a liberdade para disputar a reeleição, sem deixar o cargo, assim como fez Silval em 2010, quando era vice de Maggi.
Nem mesmo para os íntimos Silval revela sua decisão. Ele confiava em uma guinada da sua popularidade com as obras da Copa do Pantanal Fifa 2014, o que aconteceu parcialmente – não com o volume esperado pelo governador.
E para a eventual candidatura de Silval, o PMDB precisaria também, por questão de grupo, de convencer Blairo Maggi a assumir a disputa pelo governo do Estgado. Nas últimas entrevistas para o Olhar Direto, Maggi negou com veemência e avisou que ‘pendura as chuteiras’ após concluir o atual mandato de senador.
