O senador Pedro Taques (PDT-MT) usou a tribuna do Senado Federal para se defender das acusações do deputado federal Silvio Costa (PTB-PE), segundo o qual o senador de Mato Grosso atua na defesa do senador goiano Demóstenes Torres (sem partido), que é réu na CPI Mista do Caso Cachoeira e responde a processo de cassação no Senado.
Ambos protagonizaram um bate-boca nesta quinta-feira (31) durante a sessão da CPMI em virtude do silêncio de Demóstenes diante das perguntas feitas pelos membros da Comissão. Sempre que questionado, o senador goiano alegava que se manteria no seu direito constitucional de permanecer calado.
Em entrevista exclusiva ao
Olhar Direto, Pedro Taques disse que as acusações são infundadas. Ele alega ter sido o primeiro a representar o senador Demóstenes Torres no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e o primeiro a assinar a criação da CPMI do Cachoeira.
“Eu que fiz as perguntas mais duras pra cima dele no Conselho de ética. Agora, isso não significa que nós possamos violar a Constituição e nos equipararmos a criminosos. Senador e deputados não podem se equiparar criminosos”, justifica.
Com relação à discussão, o senador disse estar tranqüilo e evitou comentar a postura do deputado petebista.
“Quem fala o que quer ouve o que não quer. Vejo a situação com total tranqüilidade. Não se pode exigir dos outros o que não se tem”, alegou.
O senador admitiu que o deputado Silvio Costa pediu desculpas logo após o encerramento da sessão. “Encontrei ele no corredor depois da sessão. Ele disse que estava nervoso, alguma coisa assim”, revela.
Taques descarta adotar qualquer tipo de medida contra o deputado. “Isso não vai atrapalhar os trabalhos da CPI”, sustenta.
Durante seu discurso, Taques foi aparteado por vários senadores, que declararam apoio e solidariedade ao mato-grossense.
Silvio Costa, mais calmo após o ocorrido, disse que a intervenção de Pedro Taques no seu protesto "é prova de que muitos senadores estão montando a defesa de Demóstenes".
Taques havia argumentado que pessoas já "morreram no mundo em razão do direito constitucional de permanecer em silêncio".
Atualizada às 16h37
