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Sexta-feira, 10 de maio de 2024

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MANIFESTAÇÃO NA CAPITAL

O Gigante acorda em Cuiabá através de 4,5 mil adolescentes que buscam melhoria no transporte

Aproximadamente 300 pessoas estão concentradas na Praça Alencastro, em frente à sede da Prefeitura de Cuiabá, aguardando o início da manifestação contra a corrupção, as más condições do transporte coletivo, a falta de saúde e educação, e o desperdício do dinheiro público. Embora o começo seja tímido, os organizadores acreditam que milhares de pessoas estarão presentes ao evento.

19 Jun 2013 - 17:44

Da Reportagem - Jardel Arruda e Max Aguiar / Da Redação - Ronaldo Pacheco e Laura Petraglia

Foto: Jardel P. Arruda - OD

Manifestantes em frente ao lado do Liceu Cuiabano

Manifestantes em frente ao lado do Liceu Cuiabano

Quando o jogo entre Brasil e México acabou já havia cerca de 400 pessoas reunidas na Praça Alencastro, em frente a Prefeitura de Cuiabá, confeccionando cartazes, pintando os rostos, se preparando para levar a as ruas cuiabanas o mesmo grito que já ecoa em várias outras partes do país. Poucos apostariam que a passeata de protesto acabaria com mais 4,1 mil pessoas.


Aqueles ali eram na maioria estudantes do Ensino Médio, na faixa dos 15 aos 17 anos. A maioria nem havia nascido na época do “Fora Collor” com os “Caras Pintadas”. Nunca viram antes uma onda de protestos em nível nacional.

Agora eles também queriam gritar, cobrar um transporte público de qualidade, a mesma pauta reivindicatória que deu origem ao movimento em São Paulo, e que estendeu ao Rio de Janeiro, chegou a Porto Alegre, para depois ampliar seu grito ao combate a corrupção e tantas outras reivindicações.

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Com um pouco mais de 700 pessoas, já havia um carro de som ligado e alguns representantes de entidades do movimento estudantil começaram a gritar palavras de ordem e chamar os estudantes para começar a manifestação. A ideia inicial era fazer uma caminhada pela Avenida Getúlio Vargas, passar pela São Sebastião, Isaac Póvoas e então seguir rumo a Câmara de Vereadores.


Foto: Stefanie Medeiros

Sob a batuta de um trio elétrico, no qual era entoadas mais palavras de ordem, os manifestantes eram liderados por uma linha de frente que bradava um estandarte, pedindo o cumprimento integral da Lei Municipal do Passe Livre. Segundo os estudantes, o passe deveria ser gratuito aos alunos em qualquer hora do dia que a instituição do ensino informasse atividades. Eles também pedem a inclusão dos pós-graduandos ao beneficio da passagem livre.

Após o alarde feito pela imprensa de que a Polícia Militar estaria autorizada a utilizar armas não-letais e deslocariam soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope), informação confirmada pelo próprio comandante do Bope, a atuação da PM foi bem diferente. Apenas poucos policiais presentes, contando com o apoio dos agentes de trânsito da prefeitura, realizaram a segurança, formando um cordão a frente e outro atrás da manifestação.

A caminhada, o apoio popular e o crescimento da massa

Enquanto seguiam a Avenida Getúlio Vargas, os estudantes chamavam as pessoas que passam pelo local para se juntar a manifestação. Em frente ao prédio do INSS o movimento ficou parado por alguns minutos, gritando “Vem para rua você também”, o convite oficial ao protesto.

Depois houveram outras paradas. Uma de pelo menos 10 minutos em frente ao colégio Liceu Cuiabano. Então o movimento saiu da Getúlio Vargas, seguiu um curto trecho da São Sebastião e chegou a Isaac Póvoas. Nesse momento era nítido o crescimento da massa. Ninguém sabia dizer ao certo quantos aderiram ao movimento. Alguns policiais diziam ser menos de mil ainda, mas outros garantiam já ter quase duas mil pessoas ali. O movimento ganhava corpo e as luzes, os gritos, os cartazes e as caras pintadas se multiplicavam sem ninguém ver como.

No começo do trajeto da Isaac Póvoas o grupo começou a cantar o Hino Nacional. Quase em uníssono, o grupo já multiplicado várias vezes o número inicial, faziam os brasileiros expectadores arrepiarem. A população tirava fotos, filmava a manifestação, gritava em apoio. Alguns se juntaram.


Foto: Stefanie Medeiros

Continuando a caminhada, com o grupo cada vez mais empolgado pelo aumento da massa, um pequeno revés: a pedido da Polícia Militar, por questões de segurança, precisaram mudar o trajeto do movimento. Ao invés de levar os gritos com pedidos de redução da tarifa de ônibus e muitas críticas ao prefeito Mauro Mendes (PSB), voltariam até a Praça Alencastro, no ponto onde começaram.

Continuando o caminho em direção a Avenida da Prainha, os manifestantes receberam ainda mais demonstração de apoio da população. Cruzando a rua Comandante Costa, um buzinaço dos carros e motos que precisavam esperar a manifestação passar. Quando questionados se estavam contra os protestos, respondiam unânimes: “Não, eles estão certos! Tem que protestar mesmo! Eu apoio”.

E quando chegaram a Prainha um surpresa: Um grupo grande de manifestantes faziam a caminhada em sentido contrário e se uniram ao movimento principal. A massa agora tinha um tamanho estimado de 4,5 mil pessoas segundo a Polícia Militar. E além disso, mais buzinaço em apoio, mais pessoas saindo às janelas ou indo para as ruas se juntar ao movimento.


Foto: Stefanie Medeiros

De volta a Praça Alencastro

Novamente na Praça Alencastro, após caminhar um pouco pela Prainha e voltar a Getúlio Vargas, os manifestantes se aglomeraram mais uma vez para ouvir as “considerações” finais de alguns dos representantes de juventudes partidários e movimentos estudantis presentes no ato. Ali eles repetiram uma promessa feita várias vezes durante todo protesto:

“Amanhã (quinta-feira, 20) vai ser ainda maior!”

Depois de pelo menos mais meia hora de discursos, alguns de viés partidários, outros simplesmente chamando para mais manifestações em busca de mudar o país, os manifestantes começaram a debandar. E foi na Praça que aconteceu o único ato repreendido pela polícia: alguns manifestantes picharam um dos bustos da praça. E só.

A próxima manifestação está programada para acontecer a partir das 17h de quinta-feira. Além da pauta do transporte público, a organização prevê protestos contra vários outros tópicos, como acontece em outras cidades do Brasil.
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