O senador Jaime Campos (DEM) usou a tribuna para criticar o governo federal por construir escolas com PVC com o objetivo de alcançar a meta de entregar seis mil unidades até o mandato da presidente Dilma Rousseff. Segundo Jaime, a proposta de utilizar plástico para erguer as escolas em tempo recorde é baseada na experiência malsucedida do falecido ex-prefeito de São Paulo Celso Pita, que 16 anos atrás construiu diversas escolas de lata.
“Nossa mandatária maior aproveita um questionável modelo de edificações pré-moldadas utilizadas no programa Minha Casa Minha Vida, para erigir cerca de três mil creches, metade, portanto, da ousada meta de campanha, feitas de PVC, com placas de plástico adicionadas de uma camada de fibra de vidro, motivo de séria denúncia e indignação do TCU e do Instituto dos Arquitetos do Brasil que apontam importantes deficiências”, disparou.
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A denúncia foi feita pela revista semanal Isto É. Segundo a publicação, nenhum teste foi realizado para verificar a durabilidade das unidades de ensino, a resistência ao fogo e as suscetibilidades a condições climáticas comuns no País, como chuvas fortes e enxurradas.
Com base na reportagem, Jaime demonstrou preocupação com a falta de fundações estruturais nas creches pré-fabricadas, que pode expor as crianças a risco, dependendo da área em que a escola for instalada.
“Há risco de que o prédio leve e sem base não resista a fortes chuvas, por exemplo. Até mesmo a queda de uma árvore pode ser perigosa. Técnicos alertam que, apesar de o PVC não ser um propagador de chamas, em caso de incêndio sua fumaça é altamente tóxica”, alardeou.
Segundo a reportagem, as creches de plástico têm custo similar, entre R$ 900 mil e R$ 1 milhão cada unidade. Até o fim de 2013, apenas 1.103 creches da gestão Dilma haviam sido concluídas e outras 4,7 mil estão na fila da burocracia, com obras paralisadas.
Mas com a adoção do chamado “método inovador”, ironiza Jaime, a história das três mil novas creches contratadas com recursos do FNDE, no âmbito do programa Proinfância, será bem diferente, já que as empresas prometem entregar em 60 dias uma creche pré-moldada.
Citando trecho da reportagem, Jaime lembra que o TCU questionou a concorrência que dividiu entre apenas duas empresas paranaenses R$ 455 milhões em recursos para erguer as creches em todos os Estados.
De acordo com o parlamentar, o governo não apresentou nenhuma justificativa econômica para a aquisição das creches pré-moldadas. O único critério para mudar o projeto das escolas de alvenaria para as de plástico foi o menor tempo de construção.
“Estamos construindo uma nação artificial, uma democracia de plástico, insustentável e vulnerável, incapaz de resistir à ameaça dos ventos da hipocrisia e do abominável autoritarismo que insiste em nos rondar a Casa e a sabotar nossas conquistas”, concluiu.
