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Sábado, 04 de maio de 2024

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Sem previsão de retorno

Greve dos docentes da UFMT bate recorde de 2012 e completa 125 dias

Foto: Divulgação

Greve dos docentes da UFMT bate recorde de 2012 e completa 125 dias

A paralisação na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) torna-se hoje, 02, a maior greve já registrada na história da instituição, somando 125 dias. O período ultrapassa o recorde de 124 dias, registrado em 2012, e segue sem previsão pra retorno às aulas. O movimento, que começou com 18 Universidades Federais abrange 41 instituições, e prejudica, só no Estado, cerca de 20 mil alunos, distribuídos entre os Campus de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Barra do Garças.

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Depois de mais de 15 reuniões com representantes do Governo Federal, membros da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), se encontrarão pela primeira vez com o Ministro da Educação, no dia 05, onde discutirão suas pautas. Um posicionamento sobre o fim da greve só será divulgado após o dia 8, quando os servidores avaliarão em assembleia o resultado do encontro.

Na última semana, os professores da UFMT e de outros estados invadiram a sede do Ministério da Educação (Mec), em Brasília, onde conseguiram marcar o encontro. De acordo com o presidente da Adufmat, Reginaldo Araújo, eles ainda não sabem se quem os receberá será Renato Janine Ribeiro, demitido no dia 30, ou Aloizio Mercadante, nome cotado para a substituição.

“Se Janine não estiver mais lá, entrará para a história como o único ministro a não ter recebido a categoria durante uma greve tão longa. Foi necessário esse tipo de atitude para que pelo menos o pedido de audiência fosse atendido. Já debatemos várias vezes com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e a Secretaria de Ensino Superior, mas esses órgãos estão subordinados à Educação, não revolve nada”, explicou.

Em assembleia realizada ontem 1, os docentes votaram pela continuidade do movimento. Dos mais de 1700 professores, 74 estiveram presentes, totalizando 46 votos a favor e 24 contra. Com relação à participação e representatividade da classe, Araújo afirma que os colegas tem plena consciência do patamar em que figuram as negociações, e que depositam confiança na opinião dos profissionais que os representam nas reuniões.

Segundo ele, esta última negativa se deve a proposta insatisfatória da gestão fedral. “Para uma reivindicação de 19% aplicada a partir de janeiro de 2016 em dois anos, nos foi apresentada a soma de 10.3% em dois anos, com previsão de pagamento só para agosto do próximo ano. Isso representa mais ou menos 5,1% ao ano, o que não cobre nem o reajuste inflacionário, de 9%”.

A duração da greve é o que mais tem preocupado os alunos, que, de acordo com o presidente, também possuem grupos de representação nas assembleias. “Não há necessidade que os discentes se preocupem com a reposição. O Brasil é único país da América Latina que sempre repôs as aulas perdidas em greves. Nosso movimento também é em prol dos alunos, que vem sendo prejudicados com a falta de estrutura e de professores”, conta.

Maior autonomia das decisões das universidades federais, planos de carreira para os docentes, fim dos cortes de investimento no ensino superior e melhoria nas condições de trabalho também fazem parte das exigências do sindicato. 

“Passamos por um processo de expansão do ensino e recebemos uma enorme diversidade social de alunos. Isso é extremamente positivo, mas precisamos de estrutura para atender essa nova demandas.  Precisamos de bolsas que auxiliem a permanência do universitário, de concursos para novos professores”. 
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