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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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falsos clientes da reforma agrária

Irmãos de ministro Geller são investigados por comércio de 15 lotes; empregada, cunhada e sobrinhos eram titulares de áreas

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Irmãos de ministro Geller são investigados por comércio de 15 lotes; empregada, cunhada e sobrinhos eram titulares de áreas
As investigações da Polícia Federal de Mato Grosso apontam que os irmãos Milton e Odair Geller, grandes produtores rurais no médio morte do Estado, e irmãos do ministro da Agricultura Neri Geller, possuíam forte atuação no esquema criminoso desmantelado na data de hoje (27) e são investigados pelo comércio ilegal de lotes.  A operação Terra Prometida já resulta na prisão de 20 pessoas, mas o número ainda pode ser maior considerando que muitas equipes permanecem em campo, em locais de comunicação remota. 


PF aponta 80 famílias como grandes beneficiárias de esquema que rendeu R$ 1 bilhão; conheça núcleos

As fraudes com a invasão de terras, crimes contra meio-ambiente, corrupção ativa e passiva, chega a cifra de R$ 1 bilhão e teria tido início desde a implantação do assentamento, no ano de 1997.


Neri Geller não é alvo da operação, mas seus irmãos são investigados por explorarem ilegalmente um total de 15 lotes destinados à reforma agrária, no Assentamento Itanhangá, localizado entre os municípios de Tapurah, também na região Médio Norte do Estado. Milton foi prefeito da cidade de Tapurah e a família é descrita em procedimento policial como sendo ‘muito rica’ e ‘influente’ na cidade.

Segundo a Polícia Federal, os irmãos Geller são acusados de empregarem nomes de familiares como tios e  sobrinhos para a emissão de documentos  de posse dos lotes. A informação é da procuradora da República, Ludimila Monteiro. O nome da irmã deles, Clarisse Geller e ainda dos sobrinhos, Liara Regina e Tiago Battisti, aparecem na decisão da Justiça Federal, que determinou a prisão temporária de 52 pessoas envolvidas na organização. Ainda aparece como sendo proprietária do lote 94, a empregada doméstica de Odair Geller que presta serviços à família há mais de dez anos, além de seu cunhado Carlos Conrad.

A PF aponta que do total de 1.149 lotes existentes no assentamento, mil já estavam em poder de pessoas que não possuíam o perfil de clientes da reforma agrária, os denominados “laranjas”. Boa parte residia em outros Estados, como São Paulo e Paraná. 

Pagando valores irrisórios pelos lotes ou simplesmente pressionando as família, os líderes da organização as redistribuíam entre as 80 famílias, que encontravam ‘laranjas’ para que tomassem posse das áreas, criando verdadeiros latifúndios.  Para burlar a fiscalização, o grupo empregava servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que além de fraudarem a  documentação para titulação, também eram responsáveis pela produção de falsos processos de fiscalização do uso das áreas, que eram destinadas  verdadeiramente à monocultura da soja e/ou do milho.

O MPF aponta que quatro servidores eram fundamentais para o esquema: Auro Custódio da Silva, Jorge Fonseca, Antônio Alves Nogueira (Toninho do Incra) e ainda Jenuíno Soriano.Os dois irmãos prestaram declarações em procedimento investigatório e negaram que tenham participação nos crimes.

No total, 227 mandados de busca e de prisão temporária foram deferidos pelo juiz da Justiça Federal de Diamantino, Fábio Henrique de Moraes Fiorenza. 
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