Um evento com ares de convenção partidária: um galpão de mais de mil metros quadrados na Avenida Beira Rio, em Cuiabá, cheio de pessoas com bandeiras de candidatos, rodeados de paredes cheias de banners de postulantes a cargos proporcionais, na espera da chegada do candidato majoritário, que é anunciado a todo instante pelo animador, na noite de segunda-feira (15/09).
Contudo, ao invés de três meses, falta pouco mais de quinze dias para a eleição e, ao invés de candidato, quem estava para chegar era uma candidata: Janete Riva (PSD). Escolhida na sexta-feira (12/09) como líder da coligação “Viva mato Grosso!”, em substituição ao marido, José Riva (PSD), a ex-secretária de Estado de Cultura foi ovacionada por mais de três mil pessoas desde sua chegada ao local, até sua saída em seu primeiro evento oficial como candidata.
Seu esposo, José Riva, desistiu de concorrer ao cargo de governador após o Tribunal Superior Eleitoral ratificar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso em considera-lo “ficha suja”, na sessão plenária de quinta-feira (11/09). Ele ainda poderia recorrer da decisão, mas uma reunião com o grupo político acabou por selar suas desistência da corrida eleitoral, na qual aparecia em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Lúdio Cabral (PT), o segundo colocado, e Pedro Taques (PDT), líder das intenções de voto.
Após vários anos chegar como acompanhante do marido na condição de primeira dama da Assembleia Legislativa, agora Janete era o foco das atenções, das perguntas dos jornalistas e dos gritos do animador. Dessa vez, José Riva ocupava a condição de “primeiro cavalheiro”, de consorte, não de astro principal, apesar de ainda possuir grande influência sobre a plateia.
E o público, formado majoritariamente de cabos eleitorais, parecia adivinhar que logo o antigo “número 1” da chapa pediria ajuda para fazer uma campanha eleitoral em menos de um mês e apesar de silencioso e moroso antes da chegada da nova candidata, explodiu em efusivamente após o início dos discursos. “Será muito difícil, mas temos condições de ganhar até no primeiro turno”, asseverou José Riva, para dar animo aos colaboradores.
O “baixinho”, como foi várias vezes chamado no evento, foi homenageado pela coligação e chegou a se emocionar no evento. Revelou ter ficado triste por ter de renunciar a disputas, mas tratou de fazer uma elogiosa introdução a esposa, na qual citou a trajetória dela para criar os filhos com um pai em constantes viagens e, depois, com a responsabilidade de atuar como primeira dama da Assembleia Legislativa, aonde chefiou a “Sala da Mulher”.
Em seu momento, Janete adotou um discurso muito parecido com o do marido, mas com menos foco econômico e mais atenção ao social. Prometeu verticalizar a produção de Mato Grosso e construir um hospital com verbas provenientes das taxas sobre o álcool e o cigarro, assim como José Riva. Mas falou ainda mais em cuidar das pessoas, ser uma mãe para o estado, distribuir a riqueza para a população.
“Não há noite que impeça o sol de brilhar. E a esperança, é por causa dela que estamos aqui. Quero ser a mãe de Mato Grosso. A parceira dos prefeitos. Quero cuidar das pessoas. A sensibilidade da mulher tem falado alto no nosso país. Todas as propostas do nosso plano de governo serão cumpridas, mas, acima de tudo, vou cuidar das pessoas”, discursou a candidata.
Ovacionada pelos cabos eleitorais, ela ainda contou com a presença de 40 prefeitos, do PSD e de outros partidos. Logo após os discursos, todos disputaram por uma foto com ela. A coligação “Viva Mato Grosso!” realizara mais um lançamento da candidatura dela na região metropolitana, em Várzea Grande. Outros atos como esses devem se repetir pelo interior. Nos bastidores, fala-se em manter as bases eleitorais unidas para evitar uma dispersão após a saída de José Riva do pleito.
