Se o jargão militar diz “dividir e conquistar”, pode-se se fazer um paralelo político, “dividir e governar”, para definir como o presidente da Câmara dos Vereadores de Cuiabá, João Emanuel (PSD), pretende gerir a Casa de Leis durante o biênio 2013/2014. A ideia é delegar funções e dar poder aos outros parlamentares municipais para então se fortalecer.

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A primeira amostra desse estilo de governar, segundo contou o próprio João Emanuel, é o tratamento dado aos 148 cargos comissionados da Câmara. Após assumir a Presidência do Legislativo, o peessedista exonerou todos os funcionários contratados por Júlio Pinheiro (PTB). Normalmente, o presidente indica todos os nomes para ocupar postos de confiança, mas ele decidiu dividir igualitariamente entre todos os 14 vereadores componentes da Mesa Diretora.

“Dá uma média de dez cargos para cada um. E tem mais, todos os nomes indicados para um dos cargos de secretário das áreas precisam passar pelo crivo de todos os vereadores da chapa”, disse João Emanuel, durante entrevista ao Olhar Direto em seu gabinete na tarde de sexta-feira (4).

Ao total, são 11 cargos de secretário dentro da Câmara - coordenadoria de cerimonial; gestão administrativa; consultoria técnico-jurídica; apoio legislativo; administrações financeira e pessoal; cultura e resgate histórico; controle interno comunicação e tecnologia da informação. O único que ainda falta ser ocupado é o secretário de área de comunicação. Apesar disso, os outros 10 ainda estão em estado probatório, segundo disse o vereador.

“Queremos confirmar que todos são capacitados, que possuem o conhecimento técnico adequado. Essa é uma das nossas preocupações, queremos qualidade técnica. Tanto é que tem vereador disputando aqui quem possui o funcionário mais qualificado. Isso acontece porque ninguém tinha cargo prometido. Todos achavam que o cargo ficaria só com o presidente, como nas gestões passadas, então ninguém prometeu nada. Agora, graças a isso, podemos escolher apenas bons nomes”, argumentou João Emanuel.

Contudo, os cargos divididos entre os vereadores da Mesa Diretora é apenas uma das ações de dividir poder prometidas pelo parlamentar. Entre as próximas medidas está a descentralização do poder do cargo de presidente da Mesa Diretora.

Um exemplo dado foi a intenção de dar ao vice-presidente, no caso o vereador Onofre Júnior (PSB), a condução de todas as comissões, permanentes e temporárias, da Câmara. “Muitos acham que dividir é perder poder. Eu não penso assim. Acho que delegando poder eu estou fortalecendo todos e a mim”.