A escolha do governador Silval Barbosa (PMDB) pelo deputado estadual Hermínio Jota Barreto (PR) para ser o novo líder do governo na Assembleia Legislativa, demonstra que a intenção do Palácio Paiaguás é intensificar a articulação de bastidores. “Creio que fiz a melhor escolha possível. Barreto é preparado e possui experiência para uma atuação tranqüila com a bancada”, afirma Silval.
Barreto adverte ‘duvidosos’ e afirma que vai cobrar lealdade de quem tem espaço no governo Silval
Silval confirma Barreto na liderança do governo na AL
Após o anúncio, o governador aproveitou para derramar elogios ao presidente em exercício da Assembleia Legislativa, deputado Romoaldo Júnior (PMDB), seu antigo líder. “Desejo agradecer ao trabalho do Romoaldo. Demorei a fazer a mudança [no cargo de líder], porque imaginava que o deputado [José] Riva fosse resolver rapidamente o problema do seu afastamento [da presidência]. Como o assunto se arrastou, Romoaldo ficou sobrecarregado”, observa Barbosa.
Romoaldo Júnior deixou o posto com críticas ácidas contra o secretário Pedro Nadaf, da Casa Civil. “Ele faz compromissos e não cumpre. Não honra! E isso inviabiliza a articulação do líder com os deputados”, disse Romoaldo, em 11 deste mês, em entrevista para a reportagem do Olhar Direto.
Ex-deputado constituinte (1987-90) e ex-prefeito de Rondonópolis (1989-92), Jota Barreto está no quinto mandato de deputado estadual. Ele foi um dos sub-relatores da Comissão de Sistematização da Assembleia Constituinte de Mato Grosso, em 1987-88, atuando ao lado do então relator, deputado Luiz Soares. E diz que assume “por amor a Mato Grosso e para contribuir com os interesses do Estado”.
Jota Barreto afirma que vai escolher o vice-líder do governo na Assembleia, em comum acordo com Silval Barbosa. “Vamos definir [o vice-líder] depois. Mas a prioridade é estreitar o diálogo”, justifica ele.
Em fevereiro, ele chegou a recusar o cargo. Agora, sabe que terá a árdua missão de comandar uma maioria governista sempre sujeita a ventos fortes e tempestades, principalmente porque a bancada de oposição cresceu: saltou de quatro para seis parlamentares.
Além dos deputados Zeca Viana (PDT), Luciane Bezerra (PSB), Dilmar Dal’Bosco (DEM) e Guilheme Maluf (PSDB), os oposicionistas contam agora também com Antônio Azambuja e Ezequiel Fonseca, do Partido Progressista.
Embora prefiram dizer que têm postura de independência em relação à gestão Silval, na prática, Fonseca e Azambuja agem como bancada de oposição. Ambos são ‘cria’ do deputado federal Pedro Henry Neto (PP), cassado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do ‘mensalão’, mas ainda no exercício do mandato.
Também era citados para assumir a liderança do governo os deputados Baiano Filho (PMDB), Alexandre Luís Cesar (PT) e Teté Bezerra (PMDB). Silval já havia anunciado que desejava um líder para ficar até o final do seu governo, provavelmente 31 de dezembro de 2014.
