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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Grená II

Membros do Comando Vermelho são alvos de 276 ordens judiciais em MT; grupo coordenava crimes de unidades prisionais

Foto: Divulgação

Membros do Comando Vermelho são alvos de 276 ordens judiciais em MT; grupo coordenava crimes de unidades prisionais
Um total de 276 ordens judiciais são cumpridas na manhã de hoje, 17, na  segunda parte da operação "Grená", que tem como alvo membros da facção criminosa denominada "Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT), que ordena diversos crimes de dentro de presídios do Estado de Mato Grosso. A facção foi criada no interior da Penitenciária Central do Estado (PCE) pelo detento Sandro da Silva Rabelo, conhecido por “Sandro Louco" em 2014.  


A Polícia Civil informou que no total serão cumpridos 28 mandados de prisão preventiva, 35 buscas e apreensão domiciliar, e 204 intimações para interrogatórios e medidas cautelares diversas da prisão, que proíbem os investigados de uma série de situações, como o uso de telefones e aplicativos como whatssap, comparecimento periódico em juízo, recolhimento domiciliar no período noturno, manter endereço atualizado, entre outras.  Os suspeitos com ordens judiciais decretadas pela Vara Especializada do Crime Organizado são pessoas  "batizadas" pela organização criminosa CV-MT e constam como filiados em ficha cadastral elaborada pela facção de seus membros.  

Os mandados de prisão são  cumpridos contra 12 pessoas em liberdade, sendo 11  em Cuiabá e 1 Várzea Grande, e dentro de unidades prisionais. São 11 detentos da   Penitenciária Central do Estado, 3 no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), 1 no Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul, e 1 no Sistema Penitenciário de Minas Gerais, com prisão preventiva decretadas. As buscas aconteceram em 35 pontos de Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres. 

A assessoria da Polícia Civil informou que a identificação dos membros ocorreu na continuidade das investigações conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE),que apuram o envolvimento da facção em crimes já identificados como o tráfico de drogas, roubos,  furtos, estelionatos, apologia ao crime, homicídios, latrocínio e explosões de caixas eletrônicos na região metropolitana de Mato Grosso e no interior do Estado.
 
Para o delegado da DRE, Juliano Silva de Carvalho, que coordena a operação junto com o delegado do GCCO, Flávio Henrique Stringueta, a adesão em uma facção criminosa deixa clara a intenção de obter "vantagem de qualquer natureza", seja simplesmente para se beneficiar de proteção e/ou tratamento diferenciado entre os presos dentro do Sistema Prisional. "Isso já seria motivo suficiente para superarmos mais esse requisito e amoldarmos o CV-MT como 'organização criminosa', segundo os ditames da lei 12.850/2013, que trata do crime organizado", destaca.  

Na primeira fase da operação Grená, deflagrada no dia 30 de abril de 2014, a Justiça decretou 41 mandados de prisão contra integrantes e colaboradores da facção criminosa. A operação ainda realizou buscas em 12 endereços de pessoas ligadas à organização criminosa.  Na ocasião, sete membros da facção chegaram a ser transferidos para o presídio federal de segurança máxima, de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, mas em fevereiro de 2015 retornaram para presídios de Mato Grosso.  
 
Na operação de hoje,  204 pessoas, sendo 127 detentos, serão interrogados dentro de unidades prisionais de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Mirassol D'Oeste, e  77 pessoas em liberdade serão conduzidas à delegacias da Polícia Judiciária Civil e também interrogadas. São membros da facção com residências Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Vera, Tangará da Serra e Cáceres. Todos os 204 investigados, dentro e fora da prisão, terão medidas cautelares restritivas cumpridas.  

 A Facção  

O Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT) foi criado no início de 2013, dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). A facção foi idealizada pelo detento Sandro da Silva Rabelo, conhecido também por “Sandro Louco”, considerado um dos organizadores da facção mato-grossense, juntamente com Renato Sigarini, conhecido por “Vermelhão”, Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus, o “Miro Louco” ou “Gentil”, e Renildo Silva Rios, conhecido por “Nego”, “Negão” ou “Liberdade”.  


O  CV-MT visando à expansão da facção criminosa estabeleceu duas principais ações iniciais importantes, a primeira dela foi à criação de um “Conselho” denominado “Conselho do Estado” ou “Conselho Final”, compostos por reeducando do mais alto nível de conhecimento sobre as regras do estatuto. Na estrutura do “Conselho Final” há os cargos de presidente, do vice-presidente, do porta-voz e do tesoureiro. 



A segunda ação tida como crucial para o desenvolvimento da facção foi fixar autonomia em relação ao Comando Vermelho o Rio de Janeiro, não tendo que prestar contas das atividades ao comando nacional e nem efetuar pagamentos mensais. No entanto, existe uma aliança entre as duas facções. 


O CV-MT conta com membros em diversas unidades prisionais no Estado de Mato Grosso, especificamente em Raios e Alas reservados aos reeducandos mais perigosos.  A facção mantém controle sobre seus membros e os atualiza quanto às decisões tomadas pelo comando da facção. 

Cadastramento 

Dois pendrives contendo informações cadastrais apreendidos na primeira fase da operação Grená, levaram a Polícia Judiciária Civil a identificar 311 membros da facção criminosa Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT), fixados em várias partes do Estado de Mato Grosso.  

O dispositivo digital estava em poder de Bruna Santos Xavier, esposa Renato Sigarine, o "Vermelhão", segundo homem na ordem de comando da facção Comando Vermelho de Mato Grosso. Na casa dela, os policiais apreenderam também  um notebook marca HP, com capa rosa; um aparelho celular e os dois pendrives,  cujos dispositivos armazenavam informações valiosas da organização criminosa.  


"As vantagens verificadas pela investigação vão além do interesse econômico, pois a filiação à facção lhes garante benesses como assistência jurídica de advogados e proteção à família dos presos que se filiam, não somente moral e assistencial, mas também financeiro", destacou o delegado Flávio Henrique Stringueta
 
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