Diversos movimentos internos de bases populares e organizações sociais do PSB, como Juventude, Mulher, Sentinela, LGBT e Negritude, entre outros, realizaram manifesto, na manhã desta sexta-feira (26/07), acusando o deputado federal Valtenir Pereira de “agir como patrão” e apresentando uma carta em que pedem à Executiva Nacional que afaste-o do comando do Diretório Estadual.

Eles acusam o deputado de ter tentado aplicar dois ‘golpes’, convocando as convenções às escondidas das executivas Municipal e Estadual e sem a presença de lideranças importantes como o prefeito Mauro Mendes de a deputada Luciane Bezerra.

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“Não podemos permitir que um indivíduo macule a imagem de um partido com 60 anos de história. Se alguém não entendeu a mensagem das ruas está perdido. Este partido não constituído por uma estrela única. Ele é formado pela militância de base e é ela que decide quem vai dirigir a silga, não temos patrão. Queremos eleições já”, justificou o membro do Sentilelas, que representa avelha guarda fundadora do PSB em MT, Valter Reginold.

No documento enviado à Executiva Nacional do partido, além do afastamento imediato do Valtenir Pereira, os movimentos cobram a realização imediata de convenção para escolha do novo Diretório Estadual, já que há 3 anos o PSB mato-grossense vive sob a égide de uma Comissão Executiva Provisória.

“Há denúncias de que mandou pessoas renunciarem para ele permanecer no poder”, afirmou Valter, ao lembrar que o pedido de afastamento que será enviado à Executiva Nacional, é até que as investigações com relação à suspeitas de corrupção sejam findadas e que haja nova eleição.

“Se ele quiser permanecer presidente, que monte uma chapa e concorra de igual para igual com os demais”, asseverou o ‘Sentinela’.

Um caso emblemático ocorreu às vésperas de um jogo da seleção brasileira, na Copa do Mundo de 2010, quando Valtenir convocou convenção somente contemplar suas as bases e tentar se manter na presidência.

Valtenir foi relacionado porque a Polícia Federal encontrou notas fiscais as empresas AS&M, Grafica Print e Casarão Vídeos, na sede da Idea Digital. As três empresas trabalharam na campanha do parlamentar à reeleição, em 2010, e a AS&M confirma que recebeu dinheiro da empresa investigada para fazer materiais de campanha para Pereira.

De acordo com Valtenir, o delegado Felipe Alcântara de Barros Leal alega que as empresas envolvidas no esquema seriam fantasma, contudo, tanto a Casarão Vídeos, a Gráfica Print quanto a AS&M Publicidade são empresas concretas e conhecidas no mercado mato-grossense. Ou suposto erro do delegado seria o argumento das doações de campanha.

O escândalo veio à tona na noite do último sábado, quando o parlamentar mato-grossense foi citado em reportagem veiculada no “Jornal Nacional”, da Globo.

O dinheiro teria sido usado para financiamento de campanhas eleitorais. A Ideia Digital – empresa envolvida no escândalo -- teria tentado montar o mesmo esquema em Mato Grosso. De acordo com a Polícia Federal, há "reluzentes suspeitas" de que a Ideia pagou R$ 235 mil em material de campanha de Pereira usando empresas fantasmas. Há três anos o deputado teria apresentado emenda ao Orçamento da União para projetos de inclusão digital no estado.

Na nota, Pereira afirmou desconhecer investigação policial. Negou ter vínculo com a Ideia Digital e ter apresentado emenda destinada ao estado da Paraíba ou a qualquer cidade daquele unidade da federação.


Atualizada às 12h34