O ex-deputado estadual, José Geraldo Riva, comentou, antes de uma audiência na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, nesta terça-feira (29), sobre a relação que mantinha com o comendador João Arcanjo Ribeiro. De acordo com o ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALMT): “Mato Grosso tinha ligação com o Arcanjo, não era eu que tinha, todo mundo tinha”. Riva voltou a negar que tenha existido desvio e deixou no ar que pode estar sofrendo perseguição: “É muito fácil desmembrar processos”.

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“Mato Grosso tinha ligação com o Arcanjo, não era eu que tinha, todo mundo tinha. Eu encontrei com o Arcanjo quatro ou cinco vezes na minha vida. Durante todo tempo que ele conviveu no mercado, esse foi o número de vezes que o encontrei”, alegou o ex-deputado estadual. Questionado sobre os cheques da ALMT encontrados com o comendador, ele se esquivou: “Isso eu tenho que dizer para a juíza. Na hora que eu for dar o depoimento vou esclarecer”.
 
Riva voltou a negar que houveram desvios durante a sua gestão na Casa de Leis: “Não existe desvio. Estamos provando a cada audiência que não há desvio. Nunca peguei um centavo, quebrei meu sigilo fiscal, bancário, telefônico, onde está este desvio? Para a minha conta não foi. Você pode ter certeza que a cada depoimento, fica cada vez mais claro de que não houve isto”.
 
“Vocês falam que eu sou o que mais tem processos, tem gente aqui com 400 processos. Pegaram um processo meu e desmembraram em 100. É muito fácil fazer isto. Se alguém quiser te perseguir, consegue abrir um monte de processos contra você. Imagina como é com quem teve cargo público. Eu estou absolutamente tranquilo.”
 
Por fim, ele comentou que esta é uma oportunidade de esclarecer tudo e explicou a relação com o ex-deputado Humberto Bosaipo: “Não posso dizer que sou vítima. Estou respondendo um processo e agora é a oportunidade de eu esclarecer que não houve nada. O Bosaipo foi deputado, todo mundo conhece e sabe. Estivemos lado a lado pelo menos 12 anos. Não houve desvio”.

José Riva foi ouvido na tarde desta terça-feira pela magistrada Selma Rosane de Arruda, da Sétima, por um suposto desvio de aproximadamente R$ 2,2 milhões na assembléia Legislativa de Mato Grosso. Segundo os autos, o réu teria utilizado de forma fraudulenta a empresa Nazareth ME, que estava com suas atividades encerradas desde 1994, forjando operações com o fim de possibilitar o desvio de dinheiro dos cofres públicos estaduais.