Michael Zehaf-Bibeau, o homem de 32 anos identificado pelas autoridades canadenses como o autor do ataque ao Parlamento, tinha antecedentes criminais desde 2001, segundo vários registros judiciais citados pelo jornal local “The Star”. Desde então, ele cometeu pelo menos 11 crimes, entre eles roubo, posse de armas e de drogas. De acordo com o depoimento de um amigo, o atirador, que se convertera ao Islã, planejava uma viagem ao Oriente Médio e dizia que “o diabo estava atrás dele”. Bibeau morreu na quarta-feira durante uma troca de tiros com a polícia dentro do Parlamento. Antes de invadir o prédio e provocar pânico entre os parlamentares, ele matou o cabo do Exército, Nathan Cirillo, no Memorial de Guerra do Canadá, que fica ao lado.
Fontes da rede NBC disseram que Bibeau se chamava Michael Joseph Hall e mudou de nome após se converter ao Islã há cerca de dez anos. Ele foi considerado um passageiro de alto risco pelo governo canadense e teve seu passaporte confiscado meses atrás. Autoridades temiam que ele viajasse para o exterior para se envolver em atividades criminosas.
Bibeau cresceu no Leste do Canadá, incluindo Ottawa e Montreal, e passou algum tempo na Líbia antes de se mudar para Oeste canadense para se tornar um mineiro, de acordo com depoimento do amigo Dave Bathurst ao jornal “Globe and Mail”.
Registros do tribunal de Quebec mostram que ele se declarou culpado de uma acusação por não ter cumprido a ordem de um juiz e de vários crimes relacionados a drogas, incluindo posse de maconha. Ele teria sido julgado por roubo em Vancouver, em 2011, depois de uma avaliação psiquiátrica determinar que estava apto para o processo judicial.
De acordo com “Globe and Mail”, Bibeau era filho de Bulgasem Zehaf, um empresário de Quebec que parece ter lutado em 2011 na Líbia, e Susan Bibeau, vice-presidente da divisão de Imigração e Refugiados do Canadá. O casal se divorciou em 1999.
O ‘LADO PERTURBADOR’ DE BIBEAU
Dave Bathurst afirmou que conheceu o atirador há três anos em uma mesquita em Burnaby, uma cidade na área metropolitana de Vancouver. Ele recordou que o amigo não mostrava sinais de violência ou posições extremistas, mas, algumas vezes, aparentava ter um “lado perturbador”.
— Estávamos conversando na cozinha e ele disse algo como o diabo estava atrás dele — relatou Bathurst, que ouviu várias vezes Bibeau comentar sobre a presença de Shaytan (o termo árabe para se referir ao diabo) em todo o mundo.
Bathurst disse ter visto o amigo pela última vez em uma mesquita em Vancouver, há cerca de seis semanas, e que Bibeau contou que planejava uma viagem para o Oriente Médio.
Segundo Bathurst, Bibeau conhecia Hasibullah Yusufzai, um morador de Vancouver processado em julho por viajar para a Síria com a intenção de se unir a extremistas.
A ex-vizinha Janice Purnell disse à rede CTV que Bibeau era educado e foi um adolescente comum. Ela conta que uma vez chamou a polícia porque ele estava ouvindo música alta.
