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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Falta efetivo

Onça-pintada morta a tiros na região pantaneira levanta discussão sobre falta de fiscalização

Foto: Douglas Trent

Onça-pintada morta a tiros na região pantaneira levanta discussão sobre falta de fiscalização
Há cerca de dez dias funcionários da fazenda São Bento localizaram uma onça-pintada baleada as margens do rio Cuiabá, no município de Poconé, a 102 km de Cuiabá. O cadáver do animal foi resgatado pelo grupo e entregue para um pesquisador que por meio de autópsia comprovou que a morte do animal foi causada por disparos de arma de fogo. O fato foi registrado na Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema) que apura o caso. O caso levanta a discussão sobre a preservação da vida selvagem no Pantanal e a falta de fiscalização do ecossistema.


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A caça de animais silvestre, como a onça pintada, era mais comum na década de 70 na região do pantanal. Hoje, além de ser proibida, a prática é rechaçada pela maioria dos fazendeiros, antes os principais incentivadores. A morte do animal era também uma forma de evitas perdas do rebanho.

Porém, a morte de uma onça pintada abre precedentes incalculáveis tanto para a natureza quanto para o ecoturismo. A análise é do técnico Agrícola e guia de observação de vida selvagem, Aynôre Soares Caldas. “Uma onça morta pode até beneficiar um fazendeiro mais ela viva beneficia mais pessoas e ainda estimulará o turismo na região”, defende o guia.

De acordo com Aynôre Caldas, a região pantaneira do norte e sul de Mato Grosso gera cerca de R$ 4 milhões por ano em ecoturismo. Ainda conforme ele, a maior concentração de onças pintadas na região norte está nos municípios de Cáceres e Poconé.

Aynôre também se queixa da falta de fiscalização nas matas. “A fiscalização não é suficiente, quem acaba cuidando são os próprios guias e alguns fazendeiros”, afirma.A matança das onças foi desmistificada depois que o turismo passou a ganhar visibilidade. Elas já não são mortas para proteger o gado, uma vez que o animal se alimenta preferencialmente de capivaras.

Infelizmente, ainda não existe a catalogação da quantidade onças-pintadas no pantanal. Porém, um trabalho desenvolvido pelo Projeto Bichos do Pantanal está fazendo o levantamento do contingente dos animais na região. Segundo o pesquisador-chefe do projeto, Douglas Trent, o pantanal é campeão em biodiversidade no mundo.

“O nosso estudo na região é importante para sabermos quantas onças tínhamos em Cáceres e se esse número está crescendo ou caindo”, afirma o pesquisador. Douglas é americano e há 40 anos se mudou para o município de Cáceres depois de apaixonar-se pela região.
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