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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Otimista com cenário brasileiro, Deco vê geração forte e aposta em Oscar

Deco decidiu pendurar as chuteiras há um ano e meio. Depois do primeiro período de adaptação, a ficha do ex-jogador começa a cair de verdade. Investindo na carreira de empresário, ele reorganiza sua vida para o que vem pela frente, e, por enquanto, preenche o vazio deixado pelos treinos e jogos com viagens de negócios.


- Quando você joga futebol, todo o resto é secundário. Quando para de jogar... É um outro tipo de vida. Leva um tempinho, mas nada que assuste, já estou mais tranquilo - diz.

O porto seguro de Deco é no Brasil, onde está sua família, embora ele mesmo hesite para dizer que possui uma base atualmente. Com casas em outras cidades, e entre convites profissionais e reuniões em outros países, ele mal parou nesse um ano e meio. O encontro com ex-jogador foi em Barcelona, cidade onde morou por quatro anos como atleta. Ídolo do time catalão, ele participou de um papo e um jogo com crianças da Fundação Barcelona, uma ONG do clube.

- Tenho viajado bastante. O bom é que preenchi bastante tempo. Como tem muita coisa acontecendo, você nunca para muito para pensar. Minha mulher e meus filhos viajam muito comigo quando podem - conta Deco.

Durante a visita à fundação, o luso-brasileiro foi bastante assediado pelas crianças, que, mesmo sem terem visto muito dele em campo, conhecem sua história vitoriosa no clube - Deco tem dois campeonatos espanhóis e uma Champions pelos blaugranas. Das recordações dos tempos vestindo as cores do Barça, as boas relações com os ex-companheiros de time, algumas que mantém até hoje. Recentemente, ele foi visto em um jantar com Fàbregas, atualmente no Chelsea, e Messi, em Londres.

- Tive a sorte de fazer bastante amigos nos 20 anos de carreira. Messi é isso - explica Deco, que conhece bem o argentino e não vê anormalidade em sua mudança de comportamento, de uma temporada fraca no ano passado para uma de suas melhores neste 2015. - Foi um ano com muita lesão, especulação de problemas no Barcelona, problemas pessoais expostos na imprensa. É natural que um jogador não consiga estar em seu melhor em um ano assim.

Messi é um dos exemplos para Deco de um atleta com carreira de sucesso. O ex-jogador, que teve também sua jornada cheia de vitórias - além dos títulos no Barça ganhou Premier League pelo Chelsea e um Campeonato Brasileiro pelo Fluminense -, foca seus esforços em ajudar jovens atletas a construírem suas trajetórias no esporte.

Para isso, começou sua carreira de empresário com bons contatos. Ele é parceiro do portugês Jorge Mendes, dono da Gestifute e agente de craques como Cristiano Ronaldo e Falcao García, além do técnico José Mourinho. No início de seus trabalhos na área, o luso teve o ainda jovem Deco como seu segundo cliente.

- Minha parte preferida do trabalho é conseguir realmente ajudar um jogador. Quem chega aos grandes clubes são eles, pela própria ambição. Aí no meio pode ter gente boa, ruim, que te ajuda, te atrapalha... Acredito que pela minha experiência consigo ajudar o jogador a ter uma carreira bacana, porque não é só trabalhar um ano, é uma vida. Isso também me preenche bastante.

Um dos atletas que Deco tem auxiliado é a revelação Kennedy, do Fluminense. O ex-jogador enxerga que o jovem de 18 anos é um dos atletas que pode ajudar o Brasil a se levantar. Na opinião do luso-brasileiro, a atual geração ainda está em formação e na Copa do Mundo "assumiu uma responsabilidade que não era dela". Deco acredita que a crise de verdade está na falta de centroavantes.

- Há pouco tempo tínhamos cinco para escolher dois. Agora está mais difícil - afirma.

No resto ele enxerga muito talento, e tem um preferido, que hoje ocupa a posição que já foi dele no Chelsea:

- Eu gosto muito do Oscar. Acho que só precisava confiar mais que ele é um jogador fora do comum. Talvez isso poderia fazer ele jogar mais, ser diferente - comenta.

Com uma vida construída no futebol no exterior e boa experiência no Brasil, Deco não gosta de comparações. Para ele, o problema é dinheiro.

- É muita diferença do que você ganha em uma Libertadores para uma Champions. No Brasileirão, começa com 12 times grandes, oito vão ter problemas - aponta.

Otimista com o atual cenário, o ex-jogador ressalta que clubes como Corinthians, São Paulo, Atlético-MG, Cruzeiro e Inter, em sua visão, estão bem organizados. O maior problema na opinião de Deco é o fraco trabalho nas categorias de base, que atrapalha os treinadores com jogadores que chegam "crus" ao time principal, e o calendário.

- Os clubes estão trabalhando bem. É óbvio que o Brasil precisa melhorar bastante coisa, mas está tentando, e isso é o mais importante.
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