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Pai de jovem que morreu após cirurgia diz que operação foi feita às pressas

Os depoimentos de seu Altair Rodrigues Mathias, 43 anos, são tristes. Enquanto mantinha contato com a reportagem do Olhar Direto, o pai de Alessandra chorava muito. Além de ser a única filha, a jovem também morava com ele no bairro Carumbé. ”Minha filha tossiu até morrer”, vociferou o pai, inconformado. “Eu vi o desespero da equipe médica quando eles perceberam o estado da minha filha”, acusou.

13 Mar 2013 - 11:25

Da Redação - Max Aguiar / Rodrigo Maciel Meloni

Foto: Reprodução

Pai de jovem que morreu após cirurgia diz que operação foi feita às pressas
“Se alguém tivesse atendido ela, nesse momento minha filha estava viva”, afirma o pai de Alessandra Xavier Mathias, 15 anos, que morreu após passar por uma cirurgia no joelho no Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá na tarde de domingo (10). Altair Rodrigues Mathias, 43 anos, vê como possível causa da morte a “pressa” com que o médico fez a cirurgia para em seguida viajar.


“Ele me disse que só ia atender e viajar. Depois que ele saiu ninguém mais atendeu minha filha, que começou a tossir muito até vomitar sangue, desmaiar e depois falecer. Foi trágico. Jamais vou esquecer esse momento”, disse o pai enlutado.

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Os depoimentos de seu Altair são tristes. Enquanto mantinha contato com a reportagem do Olhar Direto, o pai de Alessandra chorava muito. Além de ser a única filha, a jovem também morava com ele no bairro Carumbé. ”Minha filha tossiu até morrer”, vociferou o pai, inconformado. “Eu vi o desespero da equipe médica quando eles perceberam o estado da minha filha”, acusou.

De acordo com Altair, a correria começou quando a equipe médica percebeu o agravamento do estado de saúde da adolescente. “Começou a entrar médico e enfermeiro e eles não queriam deixar eu ver o que estava acontecendo, foi desesperador”. Alessandra sofreu uma parada cardíaca instante depois do excesso  de tosse que acometeu a paciente.

O pai da jovem contou detalhadamente o que ocorreu até a filha dele passar pelo procedimento cirúrgico. “Minha filha caiu em casa e o joelho dela inchou muito. Fomos ao médico e nenhuma fratura foi comprovada, a única coisa que nos disseram era que tinha muito líquido que precisava ser retirado”, explicou Altair, que até este ponto da entrevista conseguiu contar, com relativa clareza, os fatos que se sucederam naquele dia.

“Do sábado à noite até a o domingo minha filha sentiu muita dor, então liguei para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e fomos ao PS. Ao chegar eles tiraram muita água do joelho dela, mas ainda tinha sobrado um pouco, então eles informaram que seria necessário fazer uma pequena cirurgia para limpar o ferimento. Levaram minha filha para a sala de cirurgia e depois de duas horas o médico saiu e disse que ela seria levada para o quarto, mas antes ele disse que só ia atende-la e em seguida ia viajar. Parecia que tava com pressa e má vontade”, enfatizou Altair.

“Já no quarto minha filha tossia muito. Eu perguntava para as enfermeiras se tinha médico e elas disseram que não, mas que a tosse era normal. Passou alguns minutos minha filha comeu uma maçã e vomitou tudo, até sangue. Quando ela começou a vomitar sangue ela desmaiou. Não tinha ninguém pra atender ela. Ninguém”, chorou muito o pai de Alessandra Xavier.

“As enfermeiras tentaram reanimar. Nesse momento minha filha já estava desmaiada. E foi comprovado o óbito por parada cardíaca. Eu jamais vou esquecer aquele momento”, desabafa o pai.

“Eu sou pobre, queria ter dinheiro para dar melhores condições para minha filha. Por que se for preciso depender de um Pronto Socorro a gente morre e ninguém atende”, finalizou o pai que também informou que um processo será montado contra a Prefeitura de Cuiabá. “Eu nem sei quem tá fazendo isso, to muito constrangido ainda, mas tenho alguns amigos que disseram que vão entrar contra a prefeitura”.

Alessandra Xavier de Matos foi velada no Centro Comunitário do Bela Vista e enterrada no Cemitério Municipal do bairro São Gonçalo.

IML deve divulgar causa da morte de menina que operou joelho em 30 dias

O laudo definitivo com a causa da morte da adolescente Alessandra Xavier Matias deve sair em 30 dias. A informação foi dada pelo Instituto Médico Legal (IML) ao Olhar Direto. “Os médicos legistas já recolheram o material para exame em laboratório, agora é aguardar o resultado, que leva em média 30 dias para ser divulgado”, explicou o plantonista do IML.

Segundo a assessoria de Comunicação da Prefeitura, a Secretaria Municipal de Saúde aguarda posicionamento do IML para determinar a causa definitiva da morte de Alessandra. O atestado de óbito emitido pelo Pronto Socorro Municipal de Cuiabá classifica como ‘morte indeterminada’.
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