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Quinta-feira, 09 de maio de 2024

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incentivos irregulares

Nadaf continuou recebendo propina de empresário mesmo após fim do governo Silval e prometia defesa em CPI

Foto: Angelo Varela/ALMT

Nadaf continuou recebendo propina de empresário mesmo após fim do governo Silval e prometia defesa em CPI
O empresário João Batista Rosa, proprietário do grupo Tractor Parts, continuou pagando propina aos ex-secretários Pedro Nadaf (Indústria e Comércio) e Marcel de Cursi (Fazenda) ao longo deste ano, mesmo após o fim do governo Silval Barbosa (PMDB). Somente em 2015, ele teria pagado R$ 45 mil em propina.


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É o que afirma o próprio empresário em sua delação premiada na Operação Sodoma, da Polícia Civil, que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. Na decisão da juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que determinou a prisão de Nadaf, Marcel e Silval Barbosa, constam registros de diálogos entre João Batista e os dois ex-secretários.

A alegação de Marcel e Nadaf nos diálogos é que o dinheiro serviria para defender as três empresas de João Batista junto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e Sonegação Fiscal e junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), de modo que o empresário não perderia seus incentivos fiscais.

“O colaborador narra que foi procurado por Pedro Nadaf no mês de maio de 2015, sendo que este lhe pediu que pagasse outra parcela de propina, com o fim de auxiliá-lo no pagamento de advogados que atuariam em favor das empresas e do próprio Pedro junto à CPI e ao procedimento administrativo. Nesta ocasião, João Batista teria pago mais um cheque de R$ 30.000”, diz trecho da decisão.

Apropriação de propina

Em junho, João Batista teria pagado mais R$ 15 mil ao ser procurado novamente por Nadaf. Os pagamentos foram pulverizados entre cheques de menor valor. Nadaf ainda teria ficado com parte da propina que deveria entregar a Marcel de Cursi. Segundo o diálogo gravado por João Batista que consta dos autos, Nadaf pediu a ele R$ 15 mil para ajudar Marcel, que estaria com problemas financeiros. Porém, segundo ex-secretário de Fazenda, ele repassou apenas R$ 5 mil.

Veja trecho do diálogo que consta na decisão:

Marcel: ele me entregou cinco mil, acho que foi isso, é isso que você deu para ele?
João: eu dei quinze mil para ele.
Marcel: ele me entregou cinco mil.
João: eu dei quinze mil para ele te entregou só cinco.
Marcel: riso

Relatório da CPI

A CPI da Sonegação foi instalada em 30 de março deste ano. As três empresas do grupo, Tractor Parts, DCP Máquinas e Casa de Engrenagem, foram investigadas e, segundo afirmou em entrevistas o presidente da comissão, Zé do Pátio (SD), 42 irregularidades foram detectadas. Um dos objetivos da propina, conforme afirmou Nadaf a João Batista, era evitar que a empresa fosse citada no relatório da CPI. 

Pedro Nadaf prestou depoimento à CPI no dia 16 de julho de 2015. Após a oitiva, ele se reuniu com Marcel e João Batista e, na ocasião, segundo o delator, contou que havia sido questionado sobre os incentivos concedidos ao grupo Tractor Parts e que prometeu apresentar sua resposta depois, por escrito.
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