Um soco desferido há algum tempo contra o “Cabo Fernandes”, da Polícia Militar de Santa Carmem (535 km de Cuiabá), pode ter sido o motivo da morte do operador de máquinas Juarez Rodrigues, de 33 anos, no último dia 17, ocasião que também teve a cabeça decepada. A informação é da irmã da vítima, Marines Rodrigues.
“Tempos atrás Juarez teve um desentendimento com o cabo Fernandes em Santa Carmem e meu irmão deu um soco no policial. Então o cabo disse que era para meu irmão ir embora da cidade, caso contrário ele daria sumiço nele”, falou Marines em entrevista ao programa “
Cidade Urgente”, do SBT, apresentado pelo vereador Gilson de Oliveira (PP).
Juarez e o cabo Cesar Fernandes Ventura voltaram a se encontrar novamente no domingo (17), quando a Polícia Militar do município foi acionada pelo proprietário de um clube. O dono do estabelecimento reclamava que Juarez se negava a pagar a conta. Então cabo Fernandes e o soldado José Paulo Silva e Souza fizeram a detenção de Juarez, que foi levado para o posto da PM.
Na segunda-feira, de manhã, os parentes foram até a Polícia Militar para soltar Juarez, mas ele não estava mais lá. Desde então passaram a procurá-lo, inclusive acionando a Polícia Civil de Sinop por causa do sumiço do operador de máquinas. Na sexta-feira, manchas de sangue foram encontradas em baixo da ponte do rio Nandico, na BR-163, sentido Sinop-Sorriso, a cerca de 70 km de Santa Carmem.
Os irmãos do homem que estava sumido continuaram as buscas e no sábado á tarde encontraram um local, a cerca de 200 metros da ponte, onde a terra estava fofa e havia marcas de cal. Eles acionaram a polícia e a Perícia Técnica, junto com os irmãos da vítima, cavaram e localizaram o corpo, sem a cabeça, enterrado junto com cal.
Os parentes constataram que se tratava de Juarez por causa de uma tatuagem que ele tinha em um dos braços. O sepultamento foi ainda no sábado á noite, devido às condições que o corpo estava. Os dois policiais militares foram presos e seriam ouvidos nesta segunda-feira, pelo delegado da Polícia Civil, Joacir Batista, que conduz as investigações, mas a oitiva não aconteceu.