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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Protesto apoia aluno ameaçado por jornal escolar sobre 'Charlie Hebdo'

Professores e alunos de uma escola francesa manifestaram na quinta-feira (22) seu apoio ao estudante ameaçado de morte após a publicação, no fim de janeiro, de um número especial  de jornal escolar editado por ele dedicado ao semanário "Charlie Hebdo".


Em reação aos atentados ocorridos em Paris na redação do "Charlie Hebdo", Louis, de 17 anos, editou um número especial de "La Mouette bâillonnée", o jornal do Instituto Marcellin-Berthelot. A escola fica na cidade de Saint-Maur-des-Fossés, a sudeste de Paris, e tem 2.300 alunos.

Intitulada "Je suis Charlie" - termo que se tornou slogan em defesa das vítimas dos atentados de janeiro - , a edição de 22 de janeiro trouxe artigos de opinião, poemas e ilustrações, mas nenhuma charge de Maomé - o que poderia causar polêmica entre os muçulmanos. "Era uma homenagem sem discriminação às 17 vítimas, para os judeus, os jornalistas, os policiais", explicou o estudante à agência France Presse.

Um dia depois da difusão do jornal, Louis descobriu na caixa de correio da publicação uma carta com a capa do periódico, marcada com uma cruz gamada e com um caixão. Na correspondência, também havia ameaças de morte. O jovem denunciou o fato à polícia, que abriu uma investigação.

Autoridades da área de Educação disseram que a segurança do colégio será reforçada e que o rapaz terá proteção policial especial, "se necessário".

No dia 7 de janeiro, os irmãos Kouachi assassinaram 12 pessoas na redação do semanário satírico "Charlie Hebdo". No dia seguente, Amédy Coulibaly matou uma agente municipal em Montrouge, periferia sul de Paris, e em 9 de janeiro assassinou quatro clientes judeus no supermercado Hyper Cacher. Os três homens morreram em ação policial.

Os atentados de janeiro afetaram o instituto diretamente. Um dos alunos perdeu o pai no ataque ao prédio do "Charlie Hebdo", e o tio de uma estudante morreu no supermercado kosher.

Ameaças
Desde o final de janeiro, o rapaz recebeu sete ameaças de morte, duas delas acompanhadas de várias balas. A última, no início de maio, tinha "um ar de ultimato", segundo ele.

Louis garante que dorme apenas algumas horas, não pode sair sozinho na rua e que sempre carrega dois sprays de gás lacrimogêneo. Quando sai da aula, o diretor, ou o subdiretor, sempre o acompanham até em casa.

A mãe do garoto disse estar bastante preocupada com o estado psicológico do filho.

"Isso está acontecendo há meses", reclamou o professor de História Pascale Morel, acrescentando que "não dissemos nada no início, enquanto a investigação (da polícia) estava em andamento, mas nada de concreto foi feito".

O diretor do "Charlie", o cartunista Laurent Sourisseau, conhecido como "Riss", manifestou seu apoio ao estudante, declarando que "alguém que recebe ameaças desse tipo deveria ser protegido".

Uma fonte da Justiça consultada pela AFP disse que o caso está sendo levado "muito a sério", e que estão sendo realizadas análises biológicas das cartas.
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