Aproximadamente cinco mil pessoas – segundo cálculos da Polícia Militar – protestaram em Sinop, nesta sexta-feira à noite, aderindo às manifestações nacionais contra a corrupção, os gastos excessivos nas obras para a Copa do Mundo, contra a “PEC” 37 e por mais investimentos em saúde e educação.

Organizado por acadêmicos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o protesto pacífico ganhou a avenida Júlio Campos – a principal da cidade. Os jovens estudantes, em cima de um caminhão de som, tentavam comandar a massa humana com um microfone.

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Mas o movimento em Sinop ganhou causas próprias. Pessoas seguravam cartazes protestando contra a classe política local e estadual. Os principais alvos foram o prefeito Juarez Costa (PMDB) e os vereadores, além de cartazes contra o deputado estadual José Riva (PSD).

Os ataques a Juarez estavam ligados à saúde e educação. Professores e estudantes reclamavam de o chefe do Poder Executivo do município ter comprado um carro oficial de R$ 200 mil, ao tempo em que os profissionais da educação clamam por melhores salários.

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A professora Célia Dias disse, ao Olhar Direto, que não acha justo os educadores “brigarem” por melhoria salarial por meio de longas greves, enquanto o prefeito adquire automóvel novo para o gabinete. “É um absurdo o prefeito nos falar que não tem espaço no orçamento para valorizar os professores, mas em seguida comprar um carrão de R$ 200 mil”, protestou.

Para os legisladores municipais a “bronca” foi contra a recente aprovação de uma verba indenizatória de R$ 5 mil para cada vereador cobrir despesas diversas, sem a necessidade de solicitação prévia à mesa diretora. “Isso é uma vergonha! Essa verba deveria ser destinada para a saúde para contratação de mais médicos”, reclamou um manifestante ao Olhar.

Outro protestante carregava um cartaz pedindo a saída do deputado estadual José Riva da política. “Fora José Riva que responde a mais de 100 processos por improbidade”, dizia o cartaz.

Outras pautas menos expressivas também surgiram. Um jovem, que preferiu não ser identificado, levava um cartaz pedindo a legalização da maconha. “Tem que legalizar [a venda]. Se existe tráfico é por causa da proibição. E depois, quem quer está fumando, mesmo com a maconha proibida”, disse.

Depois de aproximadamente uma hora, o manifesto terminou pacificamente, em frente á Câmara de Vereadores. Cerca de 60 policiais militares, o Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal de Trânsito deram apoio à passeata.