O Hospital Metropolitano de Várzea Grande continua atendendo normalmente, depois da ameaça dos médicos de paralisar as atividades, a partir desta quinta-feira (140, por falta de pagamento. A Secretaria de Estado de Saúde informou, via assessoria, que liberou o montante de R$ 1.057.352,37 em várias notas fiscais, para honrar os serviços prestados.
 
A reportagem do Olhar Direto apurou que o valor corresponde a pouco menos da metade do debito, mas a assessoria da SES não confirmou a informação. “Os valores correspondem a uma parcela, mas não é possível precisar se realmente é a metade do total”, justificou a Secretaria, através da assessoria.
 
O Sindicato dos Médicos (Sindmed) ainda não desmobilizou a categoria. Todavia, por enquanto, não há risco de greve e suspensão do atendimento.
 
A reportagem do Olhar Direto passou parte da manhã desta quarta-feira (13) nas dependências do Hospital Metropolitano, principalmente no saguão de entrada, e testemunhou que o atendimento ocorre normalmente. Pelas senhas retiradas até às 9h57, as especialidades mais procuradas são Ortopedia, Traumatologia, Cardiologia e Nutricionista.

"Até assustei quando cheguei aqui e vi que estavam atendendo a todos, porque minha filha disse que aqui iria entrar em greve. Graças a Deus que não vai paralisar nada", afirmou a cozinheira Genoveva Maria Soares, 54 anos, que há quase seis meses luta por uma cirurgia ortopédica para a filha Bruna, 22 anos, que se acidentou de moto.

O Hospital Metropolitano não é uma unidade de portas abertas. Quando foi inaugurado pelo então governador Silval Barbosa (PMDB), deveria fazer mais de 3,5 mil cirurgias eletivas,  em diferentes especialidades, sob gestão do Instituo Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas). Contudo, até fins de 2014 não havia chegado sequer a 30% do montante contratado.
 
Em recente reunião no auditório do Hotel Hits Pantanal, em Várzea Grande, o governador José Pedro Taques (PDT) se comprometeu em dividir a administração do Hospital Metropolitano com a Secretaria Municipal de Saúde. Ele determinou que a Secretaria de Estado de Saúde buscasse formas de operacionalizar a gestão compartilhada.

Todavia, com a cassação do prefeito Walace Guimarães (PMDB), de Várzea Grande, tudo indica que o processo de administração conjunta foi paralisado.