Servidores, usuários e doadores de sangue do Hemocentro fizeram uma manifestação no início da tarde desta quarta-feira em frente ao prédio do local em Cuiabá contra a terceirização dos serviços e para denunciar aquilo que classificam como sucateamento da unidade.
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De acordo com os manifestantes, o governo, por meio da Secretaria de Saúde, tem feito um verdadeiro desmonte do Hemocentro para justificar a terceirização dos serviços. “Nós já perdemos o fornecimento de sangue para o Pronto-Socorro [Municipal de Cuiabá]”, reclama a servidora Maria Amélia.
“Essa Secretaria de Saúde, ao invés de comprar os materiais para a gente mesmo fazer os exames, prefere pagar para terceiros fazer o que a gente faria aqui. Com isso, gasta-se mais que o dobro do que deveria”, afirma o servidor Carlos Eduardo.
Alvair Santana não é servidora do Hemocentro, mas também participou do protesto. Ela é mãe de um paciente de anemia falciforme que sofreu AVC e precisa de transfusões crônicas de sangue realizadas de quatro em quatro meses.
“Essa situação me deixa muito preocupada. Eu sempre fiquei segura com o Hemocentro, o atendimento sempre foi muito bom. Sem falar que sendo público, a gente tem como brigar por melhorias. Mas se privatizar a gente vai reclamar com que?”, questiona.
Junto ao ato estavam representantes das associações hemofílicos e de doença falciforme. O doador Marco Miranda fez questão de vestir a camisa e também participar do ato. “Sangue não se vende”, declarou. “O Hemocentro é o único banco de sangue público de Mato Grosso e isso não pode acabar”, afirmou.
Outro lado
A Secretaria Estadual de Saúde é enfática ao dizer que não discutirá o tema. De acordo com a assessoria de imprensa da SES, o assunto está sendo utilizado como palanque político nesta época de campanha eleitoral.