Pressionado pela opinião pública a pôr fim à greve de seis semanas e, principalmente, pelos deputados estaduais da própria base governista, o governador Silval Barbosa (PMDB) autorizou o secretário de Educação, Ságuas Moraes, a apresentar uma proposta de reajuste de 100% no piso salarial dos professores, mas fracionado em 10 anos.

A proposta do Poder Executivo será submetida pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) à apreciação da categoria, em assembleia geral, nesta sexta-feira (20/09). Se aprovada, a expectativa é de que os professores retornem às salas de aula na próxima segunda-feira, depois de mais de 40 dias de movimento paredista.

“Estamos apresentando o que é possível de ser honrado e não apenas para acabar com a greve”, explicou o secretário Ságuas Moraes, após entregar a proposta para o presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, deputado Alexandre Cesar (PT), um dos responsáveis pela retomada da negociação pelo governo.

O governador autorizou, na proposta, que seja assegurado ganho acima da inflação, a partir de 2014 com 5%; passando para 6% em 2015 e, finalmente, de 2016 até 2022 o índice seria de 7,68% - Mato Grosso passaria a ter o maior piso salarial do Brasil para a carreira do magistério.

Na reunião com os deputados, Ságuas Moraes chegou a apresentar uma proposta a Silval de reajuste de 7,18% para o salário dos professores, mas foi vetada pelo governador.



Alexandre César entende que o principal avanço foi a decisão política do governador de resolver o problema. “Entendo que conseguimos cumprir nosso papel de intermediário da retomada de negociação do governo com os dirigentes sindicais”, pondera o deputado petista. Na primeira sessão da semana, na última terça-feira (17/09), Alexandre havia sido duro nas críticas ao governo de Mato Grosso por conta da ‘judicialização’ da greve dos professores.

O deputado José Geraldo Riva (PSD), responsável direto pela reabertura do diálogo, dirigiu um apelo aos profissionais do ensino público para que aceitem a proposta do governo. “É fundamental que haja discernimento e bom senso”, pontua Riva.