O governador Silval Barbosa (PMDB) classificou como “conversa de boteco” a possibilidade de o bicheiro Carlinhos Cachoeira assumir o controle da recém-recriada Loteria do Estado de Mato Gross (Lemat).

O vazamento de interceptações feitas pela Polícia Federal de e-mails trocados por Adriano Aprígio de Souza, cunhado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, e o argentino Roberto Coppola, consultor do bicheiro, revelam a intenção de o bicheiro assumir o controle Lemat.

Sem se aprofundar no assunto e minimizando o teor dos diálogos que vieram a público, o chefe do Executivo disse que tudo não passa “de uma conversa de boteco entre malucos sobre um terceiro que não tem conhecimento”.

Consta do inquérito, publicado pelo jornal Diário de Cuiabá, que às 08h39 de 5 de outubro de 2010, dois dias após a eleição em que Silval se reelegeu, Adriano enviou a seguinte mensagem ao argentino: “Roberto, viu o resultado no Mato Grosso? Foi reeleito o governador. E como ficou Santa Catarina agora? Paraná (sic) aquele encontro foi bom com o governador eleito?”, escreveu Adriano.

Em resposta, às 18h52 do mesmo dia, Coppola traça, em um texto no qual mistura português e castelhano, as metas do grupo para loterias nos três Estados, a partir do resultado das eleições. A fim de facilitar a compreensão, o Diário traduziu a mensagem.

“Agora vamos implantar a loteria em Mato Grosso. Em Santa Catarina também foi bom com [o governador Raimundo] Colombo porque o presidente da loteria era o chefe da campanha de Colombo”, escreveu Coppola.

“No Paraná, falei com o [governador] Beto Richa, o problema é que [o ex-governador Roberto] Requião fechou a loteria e vai demorar porque tem que fazer uma nova lei”, concluiu.


Atualizada às 11h10 e às 11h44.