Há apenas um ano filiado no Partido Democrático Trabalhista (PDT), o senador Pedro Taques (MT) pediu hoje (17) a saída do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que está no partido há 30 anos. O detalhe é relevante porque Lupi tem 30 anos de vida pública dedicada ao partido fundado por Brizola, mas que no momento tem sido alvo de denúncias de cobrança de proprina de organizações não governamentais que têm contrato com o governo federal.

"Política se faz com confiança e, neste moment,o a sociedade e o governo não têm mais confiança para que o PDT continue no Ministério do Trabalho", declarou o parlamentar durante audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, presidida pelo senador Jaime Campos (DEM/MT) e destinada a ouvir os esclarecimentos de Lupi sobre denúncias veiculadas na imprensa.

De acordo com o senador Pedro Taques, existem duas questões sendo debatidas, a jurídica e a política, e na sua opinião, a questão política não pode esperar.

"A questão jurídica vai ser investigada pelo Ministério Público Federal, pois existe a presunção de inocência e tudo vai ser tratado a seu tempo. Este tempo é diferente do tempo político. Politicamente os fatos são graves e estão a merecer melhor investigação", ponderou.

Sem fazer nenhuma pergunta a Carlos Lupi, Pedro Taques afirmou ainda que, politicamente, o ministro precisa esclarecer algumas verdades.

"Politicamente não há tempo e nem mais condições de o PDT permanecer no ministério. Mais importante do que o partido político é o respeito às instituições", disparou o parlamentar.

Lupi, em sua participação, não escondeu a mágoa com as posições defendidas por Pedro Taques e disse que a filiação do ex-procurador da república no PDT "foi um ato de heroismo".