Depois de mais de uma década de funcionamento com baixa qualidade, o formato de escola ciclada deve sofrer profundas alterações, em Mato Grosso. “Lamentavelmente tivemos uma década perdida, jogada no lixo. E é essencial que [o ciclo] passe por uma mudança radical, envolvendo professores, servidores, pais e alunos”, afirmou o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Wilson Santos (PSDB), durante entrevista coletiva, nesta terça-feira (26), ao revelar que o governador José Pedro Taques (PSDB) se comprometeu em acatar algumas de suas sugestões para melhoria do sistema.
“A escola deve obedecer ao ciclo de formação com aprendizagem. Vamos dar um passo atrás, para dar dois passos à frente. A escola ciclada está deformada, porque o ciclo só existe na teoira. As faculdades não prepara o professor para o ciclo”, ponderou Santos, para a reportagem do
Olhar Direto. Ele revelou ter conversado sobre o tema com a reitora da Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT), professora Maria Lúcia Neder; com dirigentes da Universidade de Cuiabá (Unic), Centro Universitário de Várzea Grande (Univag) e de outras instituições.
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“O modelo é melhor que o seriado e até mesmo os professores não têm dúvida disso. Mas não foi precedido por amplo debate, porque exige mais do professor, já que o ciclo não tem nota, mas, sim, conceitos”, argumentou o líder do governo no Poder Legislativo, que conversou com mais de 2,8 mil educadores, em audiências públicas,no ano passado. Ele crê ser indispensável que a
escola ciclada seja tratada como ‘Política de Estado’ e não como ‘Política de Governo’.
Wilson Santos disse que o ciclo é bom, porque ensina a questionar e provocar e não apenas a decorar. “É o modelo adotado nos Estados Unidos e na França, por exemplo, onde funciona em alto nível”, justificou ele.
Por isso, defende que seja firmado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), elaborado pelo Ministério Público do Estado, onde cada ente assuma sua responsabilidade. “Sendo firmado o TAC, estabelece-se os deveres para cada entede, como Seduc, Secitec, Fapemat e diretores de escolas", pontuou.
O líder do governo na Assembleia apresentou mais de duas dezenas de propostas que possam melhorar a
escola ciclada, com ênfase para a formação continuada dos professores, o envolvimento das famílias e a ampliação dos recursos destinados à Educação.
O secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto Filho, não atendeu nem retornou às ligações da reportagem do
Olhar Direto. Em entrevista anterior, anunciou que a Seduc contratou a Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), para fazer “uma avaliação institucional” do 2º, 4º e sexto ciclos, além do 2º ano do ensino médio.
