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Chegada de Bolsonaro a Cuiabá termina com duas pessoas detidas no aeroporto; fotos e vídeo

30 Jun 2016 - 11:25

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - André Garcia Santana

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Chegada de Bolsonaro a Cuiabá termina com duas pessoas detidas no aeroporto;  fotos e vídeo
A exaltação de ânimos por parte dos dois grupos que receberam o deputado federal Jair Messias Bolsonaro (PSC), no aeroporto Marechal Rondon, ultrapassaram o limite das provocações e terminou com a prisão de duas pessoas na manhã desta quinta-feira (30). Em nome de suas ideologias, integrantes do Direita Mato Grosso, que organizaram uma recepção e um grupo contrário, responsável por um “beijaço” trocaram ofensas e foram contidos pela polícia no momento em que o parlamentar deixava a local.


Além dos simpatizantes detidos, deferensores de ambas as causas, uma das manifestantes contrárias ao posicionamento conservador de Bolsonaro alega ter sido empurrada e ameaçada por um membro do Direita Mato Grosso. Todos os envolvidos irão para a delegacia prestar esclarecimentos. “Ele me empurrou, olhou pra mim e disse que ia quebrar minha cara”, alegou Ravena Ysates. O Direita Mato Grosso reforçou que o jovem não pertence ao grupo e é desconhecido por demais integrantes. 

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Em um coro dividido pela prudência dos militares que prepararam sua escolta, Bolsonaro desembarcou sob gritos que se intercalavam entre “lixo” e “mito”. Foi chamado também de fascista, misógino, racista e homofóbico. Acusações raivosamente rebatidas com um “chora esquerda”, vindo de seus admiradores, que também puxaram a oração de um Pai Nosso.

Com quatro viaturas preparadas para a escolta, 12 policiais se mobilizaram para a recepção. No local eles separaram os manifestantes colocando-os em lados opostos para evitar maiores desentendimentos. A proteção foi solicitada por meio do deputado estadual Victório Galli, também do PSC, à Secretária de Estado de Segurança Pública (Sesp) pelos organizadores do evento.

“Viemos manifestar nosso repúdio a este discurso opressor. Se ele chegar a ser presidente tememos pela perca de direito dos homossexuais e principalmente das mulheres. Estamos aqui pra mostrar que não se progride com ódio, mas sim com amor, mostrar que ainda tem gente que pensa dessa forma”, disse a estudante Ester Valentin, de 18 anos.

Para José Sérgio Tempesta, integrante do Direita Mato Grosso, a ideia da recepção é mostrar ao parlamentar que há pessoas que o apóiam. “Se a gente não estivesse aqui, só estaria gente contrária aqui. Nós viemos porque gostamos dele e queremos mostrar isso. Já nos chamaram até de nazistas, e isso é uma ofensa grave, isso é crime no Brasil. Mas não nos ofendemos, porque simplesmente não somos isso, aqui tem gente de todo o tipo. Também não somos homofóbicos, isso é o que querem nos fazer parecer.”



 
Na fala do deputado nenhuma novidade. Enquanto era homenageado, fez “selfies” com os fãs e parou para discursar em defesa da propriedade privada, considerada como “sagrada” e apostou mais uma vez nos clichês de manutenção da família, legalização do porte de armas e da pena de morte para insuflar o clamor popular.”Se um dia eu chegar lá, vai zero para ONG que defende direitos humanos. Eles vão ter que trabalhar para sobreviver.”

Ao responder um questionamento sobre a homenagem prestada por ele ao comandante Brilhante Ulstra, conhecido como um dos mais cruéis torturadores do período da ditadura defendeu-se e falou sobre doutrinação ideológica nas universidades. “Se por acaso louvar ali como louvei o comandante Ulstra for apologia a tortura, do outro lado, quem louva e elogia a Dilma Rousseff, está fazendo apologia ao terrorismo”, disse.

“Peço a deus que não precisemos de novos militares brilhantes por ocasião da votação do impeachment no senado. Eu espero que ela saia, e ela saindo eu temo que a luta armada volte para o coração do Brasil. E você não vê chamarem aí o pessoal dos Direitos Humanos pra nos livrar do comunismo e do terrorismo. Vão se lembrar de militares que cumprirão sua função como ele cumpriu naquele momento”, concluiu. 



 

Curiosa para descobrir o acontecia, a  técnica em enfermagem Gilselaine, diz não ser favorável a nenhum dos lados porque não acredita em política. Ela veio de Porto Velho e estava no aeroporto em uma conexão quando se deparou com o movimentação, avaliada como comum. “Acho normal e tem ficado cada vez mais comum no Brasil todo. Embora eu não esteja lutando, acho que as pessoas tem que ir atrás de seus direito sim.”

Na opinião da enfermeira D.M., que esperava a chegada de um familiar, o problema não é o ato em si, mas sim a exaltação em ambos os lados. “O que não pode é esse exagero, que vai confrontar mais raiva, mais ódio. Qualquer atitude extremista pode acontecer em ambos os grupos. Se a pessoa está extremamente irritada, condicionada a tomar uma atitude mais grave, ela pode fazer isso. Mas todos tem direito, é a diferença de pensamento e tem que ser respeitada.”

Apagado pelo tumulto em torno de Bolsonaro, o deputado estadual Perry Taborelli, motivo de sua vinda, foi timidamente saudado pelos manifestantes de direita e não discursou. Também filiado ao Partido Sociali Cristão (PSC), ele recebe apoio do deputado federal em sua candidatura a prefeitura de Várzea Grande. Uma coletiva de imprensa no qual o apoio será declarado vai ser realizada na tarde desta quinta-feira (30).
 
Atualizada às 12h50
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