Apuração da Polícia Civil que resultou na operação Tarântula, deflagrada nas primeiras horas desta quinta-feira (1º), identificou um esquema criminoso dividido em células distintas e funções previamente definidas para furtos de carros em condomínios de luxo de Cuiabá e Várzea Grande. Entre os alvos estão os ladrões, estelionatários que vendiam os veículos na internet, atravessadores, e os empresários que compravam os produtos de origem criminosa.
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Inicialmente, os criminosos cometiam furtos em casas de condomínios de luxo, onde os moradores acreditavam estar mais seguros, e deixavam os imóveis com portas abertas mesmo durante a noite.
Os casos eram apurados pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá e logo depois os inquéritos também passaram a ser investigados pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERFVA), pois os bandidos se depararam com oportunidade de furtar carros, em sua maioria, de luxo.
"Eles agiam de acordo com a oportunidade. Eles iam, em princípio, para furtar a residência em lugares onde os moradores tem uma sensação maior de segurança e alguns deixam até as portas destrancadas no período noturno. Eles entravam, subtraiam os bens como celulares, notebooks, cartões de créditos, e muitas vezes as chaves dos veículos. Eles conseguiam sair com o veículo porque tinha um sistema que liberava a saída ou até o próprio controle", pontuou o delegado da DERF, Guilherme de Carvalho Bertoli, em coletiva de imprensa.
Coletiva realizada nesta quinta-feira detalhou o equema criminoso. Foto por: Olhar Direto
Com chaves do carro e acesso ao sistema de segurança digital, os criminosos deixavam os condomínios tranquilamente, enquanto os moradores dormiam. De dezembro de 2021 até a data de hoje foram identificados furtos de 30 carros. Os destinos para os veículos furtados eram variados. Alguns eram enviados para região de fronteira de Mato Grosso com a Bolívia, outros para desmanche e revenda em lojas de autopeças e até mesmo vendas em sites de classificados.
"Identificamos uma organização criminosa com várias células com atuações relacionadas a estelionatos digitais, desmanches ilegais de veículos, e também identificamos uma célula de atuação na fronteira", explicou o delegado titular da DERFVA, Gustavo Garcia. "Existe uma empresa de autopeças que também é investigada e faz parte da operação", acrescentou.
Nos 17 mandados de prisão preventiva, dez foram cumpridos. A Justiça também expediu 34 ordens de busca e apreensão nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Lucas do Rio Verde, Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda, além do bloqueio de contas bancárias relacionadas à organização criminosa.
Os trabalhos contam com apoio técnico das equipes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá, Delegacia Especializada de Estelionato, Delegacia Especial de Fronteira (Defron) e Delegacia Especializada do Adolescente (DEA).
Participam do apoio operacional policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande (Derf-VG), Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Gerência Estadual de Polinter e da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Nome da operação
Tarântula faz referência ao animal da família das aranhas, que possui hábitos noturnos, como os crimes praticados, e que tem diversas pernas como as células da organização criminosa.
Os alvos da operação são:
Gustavo de Andrade Borges Teixeira; Guga Auto Peças; Jeferson Bessa de Souza Vilela; Bessa Motors; Alessandro Rodrigo Oliveira Gonçalves Jorge; Rodrigo Cebalho de Oliveira; Paulo Pereira Ramos; Lucas Gomes da Silva; Erik Santana Silva; Valtemir Gabriel Pacheco; Webster Venâncio Campos; Alan Bruno Rosa da Silva Fernandes; Marios Tabacaria; Rayane Cruz Moraes; Caroline Emanoelle Silva Cardoso; Neivisson Oliveira Araújo; Raphel Maciel; Alex Júnior Brito Gomes; Alex José Proença da Silva; David Mickael da Silva Almeida; Maylon Guilhermy de Camargo Barbosa; Bruno João Leite da Silva; e Cristian de Paulo da Silva.