A enchente da última segunda-feira (21) deixou vários moradores do distrito do Coxipó do Ouro, em Cuiabá, ilhados. Diversas casas e estabelecimentos ficaram debaixo d’água e os prejuízos materiais foram muitos. Por sorte, não houve registro de vítimas. As pontes da região também foram arrancadas, o que dificultou a vida dos que residem na zona rural. A reportagem do Olhar Direto esteve no local acompanhando de perto os problemas causados pelo aumento no volume do rio.

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Chácaras, casas e estabelecimentos próximos ao rio ficaram debaixo d’água por várias horas. O volume aumentou rapidamente e não houve tempo para que os moradores tirassem carros e objetos.
 
Francisca Rodrigues de Amorim, que reside no local há vários anos, contou ao Olhar Direto que a situação não é novidade: “Sou moradora antiga e isso aqui é comum. Muita gente comprou lote e fez a casa ao lado do rio, não conhece essa velocidade de água. Eles não acreditam que podem subir. Os desalojados a gente está ajudando como pode”.
 
“Tem alunos da escola aqui que vem da região e estão tendo de vir pelo Pascoal Ramos, porque rompeu as pontes. Tem duas pousadas tudo embaixo d’água e muita gente ilhada, que não consegue passar”, acrescentou a moradora, que ressaltou o espirito de solidariedade: “Todo mundo está o dia inteiro um ajudando o outro, levando freezer pra um lugar, animal para outro”.
 
O subprefeito do Coxipó do Ouro, Cecílio Marinho Filho, disse que “ainda temos que ver quantos desabrigados nós temos, precisamos fazer um balanço para depois saber como iremos proceder com esta questão. A informação é que muita gente ficou ilhada por conta da enchente”.
 
De acordo com o chefe da Defesa Civil de Cuiabá, Pedro Zanetti, cerca de seis mil famílias vivem às margens do Rio. “Começou com a cabeceira do rio lá em Chapada e veio descendo. A água subiu três metros e ocasionou todos os problemas”. Em Cuiabá, a chuva que cai desde a madrugada desta segunda-feira (21) fez com o que o volume de água em alguns dos córregos da capital mato-grossense atingisse quase o limite.
 
Ainda segundo o coordenador da Defesa Civil de Cuiabá, o pluviômetro (instrumento que mede a quantidade de chuva) instalado no topo do prédio da prefeitura registrou 62mm de chuva desde às 05 horas da manhã, quando teve início a precipitação: “É uma chuva boa, mas com intensidade baixa. Foi bem distribuída. Se caísse tudo isto de uma vez, teríamos problemas maiores”.