O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou em entrevista ao Olhar Direto na noite desta quarta-feira (19) que a denúncia de uma suposta coação contra servidores públicos, que teria sido praticada por Elias Santos, irmão do candidato a prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB), ainda precisa ser investigada, mas afirmou que isso será feito com o denunciado fora do cargo.

Emanuel denuncia suposta coação de servidores e governador exonera irmão de Wilson; ouça gravação
 
Elias Santos era presidente da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), mas foi exonerado pelo governador assim que a denúncia veio a público. Um áudio apresentado pelo candidato a prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), que teria sido gravado por uma servidora pública, mostra Elias dizendo que o comissionado que não participasse de uma reunião pró-Wilson na noite desta quarta-feira (19) seria exonerado no dia seguinte.
 
“Eu não sei se foi ele. O que nós temos que ver é que isso tem que ser investigado, se foi ele ou não”, declarou o governador, poucas horas após assinar a exoneração. “Primeiro que ele tem que fazer a sua defesa, mas vai fazer a defesa fora do cargo porque nós não toleramos isso”, completou.
 
A entrevista foi concedida pelo governador na própria reunião em que a presença dos comissionados teria sido exigida. O ato aconteceu no Hotel Fazenda Mato Grosso, a partir das 21h. Em seu discurso, o governador não falou abertamente sobre a denúncia contra Santos, mas afirmou que os presentes compareceram ao evento por vontade própria.
 
“Eu quero agradecer a presença de todos aqui. Muito obrigado pela presença de todos aqui. Isso mostra a força não do Pedro Taques, isso mostra a força do homem e da mulher que quer mudar e transformar o Estado de Mato Grosso. Muito obrigado pela presença de todos. Eu quero dizer que as pessoas que aqui estão são nossas companheiras, vieram porque não querem que seja feito em Cuiabá o que fizeram no Estado de Mato Grosso”, falou ao palanque.
 
O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, que se afastou do cargo para se dedicar à campanha de Wilson, também negou que alguém tenha ido forçado ao evento. “Aqui, todos viemos porque nós queremos. Nós viemos aqui por vontade própria. E não adianta ficar cantando alto e por e ai no whatsapp, porque o whatsapp aceita tudo. Aqui nós estamos porque nós queremos abraçar a candidatura de Wilson Santos. Não adianta praticar terrorismo, não adianta querer implantar o medo. Quem tem medo está do lado de lá. Quem tem medo não está aqui, aqui está o grupo que põe a cara e nós vamos continuar assim até o dia 30”, discursou.
 
O presidente municipal do PSB, Suelme Fernandes, negou com veemência a acusação feita pela candidatura de Emanuel Pinheiro. “Nós jamais faremos coação, eles tem que engolir essa multidão aqui. Não é tanque de combustível, não é dinheiro publico, é coração, é vontade, é lealdade. Isso é que move as pessoas estarem aqui. É assim que nós vamos continuar fazendo política, envolvendo as pessoas, chamando para o compromisso ético”, declarou.