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Domingo, 19 de maio de 2024

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Pedro Taques denuncia que Brasília virou um balcão de negócios e insiste que impeachment não é golpe

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Pedro Taques parabenizou o juiz Sérgio Moro e tora força tarefa da Operação Lava Jato

Pedro Taques parabenizou o juiz Sérgio Moro e tora força tarefa da Operação Lava Jato


Defensor intransigente da Constiuicao da República e uma das vozes mais respeitadas da oposição, o governador José Pedro Taques (PSDB) foi destaque do jornal “O Estadão”, de São Paulo, um dos maiores do Brasil, onde denunciou o “balcão de negócios” existente em Brasília e insistiu que impeachment não é “golpe” e, sim, rito constitucional. Por isso, a reunião da Executiva Nacional tucana, na última sexta-feira (8), foi em São Paulo e não em Brasília.
 
“Há um simbolismo no sentido de mostrar que Brasília, neste momento, infelizmente virou um balcão de negócios. O governo está comprando apoios, como a imprensa tem noticiado todos os dias. Mostramos a unidade nacional do partido no maior Estado do Brasil”, disparou ele, em entrevista para a Editoria de Política do Estadão.
 
Pedro Taques citou a descarada compra de votos de parlamentares contra o impeachment. “Os próprios deputados que participaram da reunião de sexta-feira fizeram relatos nesse sentido”, detonou ele.
 
O chefe do Poder Executivo de Mato Grosso explicou também porque é contrário à realização de novas eleições gerais, neste ano.  “Sou absolutamente contra a realização de novas eleições agora. Isso seria fugir do que está previsto na Constituição. Novas eleições agora seriam um golpe. Aí sim seria golpe. Já o crime de responsabilidade está previsto no artigo 85. Quando a presidente da República, independentemente do sexo ou do partido, ofende princípios republicanos, isso é crime de responsabilidade”, afiançou ele. “Não vivemos em um parlamentarismo. Nesse regime, quando há uma crise ou desconfiança em relação a presidente, como acontece hoje, se antecipam as eleições”, ensinou Taques.
 
Todavia, o governador de Mato Grosso defende a discussão do futuro do Brasil, os tucanos na base de sustentação, em um eventual governo do atual vice-presidente Michel Temer (PMDB). “Como o maior partido de oposição, o PSDB não pode ficar fora das discussões. Mas isso não significa a necessidade de participação dos nossos quadros organicamente no futuro governo no pós-impeachment. Não estamos discutindo cargos, mas o futuro do Brasil”, justificou Taques.

A íntegra da entrevista publicada no Estadão:
 
O governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), afirma que a realização de novas eleições por causa da crise política seria “um golpe”. “Isso seria fugir do que está previsto na Constituição”, disse ele. Leia a entrevista do governador ao Estado.
 
Estadão - Na sexta-feira as principais lideranças do PSDB se reuniram no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Há algum simbolismo nisso?
 
Pedro Taques - Há um simbolismo no sentido de mostrar que Brasília, neste momento, infelizmente virou um balcão de negócios. O governo está comprando apoios, como a imprensa tem noticiado todos os dias. Mostramos a unidade nacional do partido no maior Estado do Brasil.
 
Estadão - O senhor sabe de alguma evidência de que o governo compra votos?
 
Pedro Taques – Os próprios deputados que participaram da reunião de sexta-feira fizeram relatos nesse sentido.
 
Estadão - O PSDB também apostava na realização de novas eleições, mas mudou o discurso. O que aconteceu?
 
Taques – Sou absolutamente contra a realização de novas eleições agora. Isso seria fugir do que está previsto na Constituição. Novas eleições agora seriam um golpe. Aí sim seria golpe. Já o crime de responsabilidade está previsto no artigo 85. Quando a presidente da República, independentemente do sexo ou do partido, ofende princípios republicanos, isso é crime de responsabilidade. Não vivemos em um parlamentarismo. Nesse regime, quando há uma crise ou desconfiança em relação a presidente, como acontece hoje, se antecipam as eleições.
 
Estadão – O senhor defende a entrada do PSDB em um novo governo de Michel Temer?
 
Taques – Como o maior partido de oposição, o PSDB não pode ficar fora das discussões. Mas isso não significa a necessidade de participação dos nossos quadros organicamente no futuro governo no pós-impeachment. Não estamos discutindo cargos, mas o futuro do Brasil.

 
Estadão - Faz objeção a participação de tucanos no Ministério de eventual governo Temer?
 
Taques – Essa é uma questão que tem de ser definida no âmbito do partido, e quem fala pelo PSDB é o (senador e presidente do PSDB) Aécio Neves. Mas eu não defendo a participação de pessoas e o debate sobre cargos. Esse não é o nível de discussão que o PSDB deseja. Defendo o impeachment e fui o primeiro governador a defender isso. No pós-impeachment precisamos de um governo de reconciliação nacional. Defendo que não ocorra a participação dos quadros do PSDB no governo.
 
Estadão – Em que instância essa decisão será tomada?
 
Taques – Na Executiva do partido, onde todos terão direito a voz e poderão se manifestar. O PSDB é um partido democrático, que inclusive faz eleições internas.
 
Estadão - Como fica o ajuste fiscal se não houver impeachment?
 
Taques – Para qualquer reforma é preciso credibilidade. Infelizmente, o governo, além de perder a credibilidade, perdeu a confiança dos agentes políticos e das forças da sociedade. O atual governo não tem capacidade para fazer qualquer ajuste. Não fizeram isso em 13 anos.
 
Estadão – O PSDB subiu e baixou o tom sobre impeachment várias vezes. A estratégia foi errática?
 
Taques – Eu sempre defendi o impeachment, mas o PSDB não é um partido com uma posição. Neste momento, porém, nós precisamos de unidade de pensamento. Hoje 100% dos partido é favorável ao impeachment.
 
Estadão - O fato de Aécio ter sido citado em delações da Lava Jato compromete a liderança dele?
 
Taques – O fato de alguém ser citado em uma delação não significa absolutamente que seja investigado ou culpado. Juridicamente a delação só se concretiza quando ela se comprova.
 
Estadão – Como procurador, como avalia o episódio das escutas que flagraram diálogos entre Dilma e Lula? Houve abuso do juiz Sérgio Moro?
 
Taques – Eu quero parabenizar o juiz Sérgio Moro e os demais membros da força-tarefa (da Lava Jato). A interceptação telefônica foi absolutamente legal.
 
Estadão – O Ministério Público age da mesma forma quando se trata de PT e PSDB?
 
Taques – O Ministério Público não é situação nem oposição. Ele é Constituição.
 
Estadão - O que o senhor achou da pesquisa Datafolha que aponta queda nas intenções de voto nos presidenciáveis tucanos e traz Lula na liderança em 2018?
 
Taques – Lula está em campanha e o Palácio do Planalto é comitê eleitoral dele.
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