Conhecido por ter uma participação crítica em debates eleitorais desde 2006, o candidato a prefeito de Cuiabá pelo PSOL, procurador Mauro de Lara, afirmou que o adversário eleitoral Julier Sebastião (PDT), que adotou estratégia parecida, possui “déficit de democracia” e não está acostumado com momentos aonde o diálogo é necessário.

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“Uma postura de um déficit de democracia. Acho que revela (a postura de Julier) bem isso”, afirmou o procurador Mauro. “Acho que ele não está acostumado com debate político mesmo, em que você tem que conversar”, completou. A declaração foi dada após o primeiro debate televisivo, realizado na TV Record (Grupo Gazeta), nesta segunda-feira (29), no qual o próprio Mauro de Lara foi um dos alvos das declarações incisivas do ex-juiz federal Julier Sebastião.

Para o procurador, apesar de Julier ter assumido uma posição de crítico, assim como ele, os dois ocupam espaços diferentes, principalmente pelo estilo escolhido para criticar os adversários. Enquanto Mauro de Lara se coloca como menos agressivo, o ex-magistrado se colocar de forma autoritária e “nervosa”.

“Eu acho que a gente manteve a posição, mas com grande elegância. Nossa posição nunca foi de nervosismo, de atendo a democracia, tanto que eu credito que em todos os debates que participei, nunca concedi nenhum direito de resposta porque apesar das nossas criticas contundentes a gente faz sempre com muita qualidade, com muita verdade”, ponderou.

A afirmação faz referência ao fato de Julier Sebastião ter o acusado de “meter a mão no bolso do eleitor” pelo fato de ser procurador da Receita Federal. Considerado uma declaração ofensiva, este ato gerou um direito de resposta para Mauro de Lara, que disse ter orgulho de ser servidor público e contribuir para a arrecadação do Estado.

O candidato do PDT, Julier Sebastião, se envolveu em troca de farpas com pelo menos quatro dos cinco rivais. Além do momento de embate contra o procurador Mauro, ele tentou provocar o candidato Wilson Santos (PSDB), questionando se caso fosse eleito novamente, o teto do Pronto-Socorro voltaria a cair ou seria reformado por uma “empreiteira amiga”. O tucano, contudo, não entrou no “jogo” do adversário e aproveitou o tempo para falar das propostas da saúde e, ao fim, explicou que o teto não caiu, mas um pedaço do forro e isso foi resolvido.

Também criticou o concorrente Emanuel Pinheiro (PMDB) por já ser aposentado pelo Fundo de Assistência Parlamentar (FAP) desde e acabou sendo atacado de volta. O peemedebista lembrou o fato de o magistrado ter sido alvo de uma das fases da Operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal, em investigação sobre favorecimento em decisões quando ele era juiz federal. Dessa vez Julier é quem teve direito de resposta para explicar que essa parte das investigações foi anulada pela Justiça.

E por fim debochou da proposta do candidato Renato Santtana (REDE), que falou sobre econômica criativa voltada para tecnologia, tendo usado como exemplo o jogo que se tornou mania mundial e case de sucesso em rendimento, PokemonGo. Para Julier, os candidatos já “passaram da fase de pokemon” e focou o discurso em gerar empregos com industrias.