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Sábado, 11 de maio de 2024

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“Quero que ele fique preso, para sentir na pele o que fez pra ela”, diz irmã de esposa torturada

Foto: Reprodução

“Quero que ele fique preso, para sentir na pele o que fez pra ela”, diz irmã de esposa torturada
“Queria muito que o Hélio fosse preso e ficasse o resto da vida lá, para saber o que é ficar preso, sentir na pele o que fez com ela”. Este é o desejo de M.M., irmã da jovem que acusa o marido Hélio Pereira Cardoso Neto, de 37 anos, de torturá-la e mantê-la em cárcere privado. Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, ela relata que a família sente medo de que algo aconteça com eles, por conta da “influência” dos familiares do suspeito. Segundo a defesa do rapaz, ele está passando por tratamento psiquiátrico e psicológico.


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“Minha irmã estava totalmente alienada, não sabia o que acontecia do lado de fora. Recebiam só amigos dele na casa. Dói muito saber que a M. passou por esta situação, ela é minha única irmã mulher. Quando ela tinha de ir ao banheiro, ele ficava sentado dentro da banheira aguardando ela fazer as necessidades fisiológicas dela. Até para lavar louças, o Hélio não a deixava sozinha, era um psicopata”, contou a irmã ao Olhar Direto.
 
Conforme M.M., a vítima chegou a ficar quase dez horas sem poder ir ao banheiro, certa vez que saiu casa: “Quando eles saiam para ir a algum lugar e passavam oito ou nove horas fora, a minha irmã não podia ir ao banheiro. Ela me relatou que chegou a dar problema na bexiga por conta disto. São coisas que ela nos contou depois de ser libertada”.
 
“É muito sofrido o que ela passou, faz dias que não consigo dormir pensando nisso. Estamos com muito medo, é uma família que tem muita influência. Eles chegaram a pedir para que ela tirasse a denúncia e não fosse adiante desta história. Não fomos nós que divulgamos na mídia. Na hora de pedir, o pai do Hélio disse que o que precisássemos e quanto precisássemos, ele estaria ali. Não somos burros, entendemos que de uma forma indireta, nos foi oferecido dinheiro. Somos uma família íntegra, queremos paz”, explica a irmã da jovem.
 
M.M. tem medo de que algo aconteça com ela, por conta do ocorrido: “Tenho medo que ele venha até minha cidade e faça alguma coisa contra mim ou minha família. O pai dele é uma pessoa honesta, trabalhador, mas o Hélio é psicopata. Ele pode pegar uma arma, ele sabe onde eu moro e trabalho, e vir atrás de mim. Tenho medo disto, mas quero que a Justiça seja feita. Queria muito que o Hélio fosse preso e ficasse o resto da vida lá, para saber o que é ficar preso, sentir na pele o que fez com minha irmã”.
 
“Chegaram a publicar que os dois viajavam, mas o que não contaram é que minha irmã tinha que ficar de cabeça baixa, nem para o mar ela podia olhar. Chego a me emocionar ao lembrar disto. Na virada do ano, em que eles estavam no Rio de Janeiro, ela queria muito poder olhar os fogos e pediu ‘permissão’ ao Hélio. Foi quando ele respondeu: ‘Pode, mas olha pra cima direto’”, comentou a irmã.
 
Confira outros pontos abordados durante a entrevista da irmã da jovem:
 
Liberdade
 
“Através de uma negociação com a promotora, o advogado da família foi junto com o pai do Hélio para buscar a minha irmã na fazenda e a trouxeram de volta. Ela estava hesitando ir, com medo. Foi quando a oficial disse que a guarda pertencia à família. Quando passei o áudio para o meu pai, que havia acabado de sair da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ele viajou 36 horas para vir até aqui”.
 
Falsa felicidade
 
“Em uma situação, ela (vítima) perguntou para uma tia se o marido dela a deixava usar óculos escuros e relatou que Hélio não deixava, pois ela ficaria olhando para as coisas. Uma das outras coisas que mostram como ele é psicopata, é o fato de que ele a mandava sorrir nas fotos, para mostrar à família que estava bem e feliz. Ele chegou a espalhar outdoors pela cidade”.
 
Sem contato com o mundo
 
“Depois ser libertada, perguntei para ela se já tinha ouvido música do Wesley Safadão ou se sabia o que era um Iphone, ela me respondeu que não. Nem televisão ela podia assistir, nem ligá-la. Subir no andar de cima, onde estava a sogra da minha irmã, não podia, só acompanhada dele. Se a M. olhasse o reflexo da janela do que estava passando, ele brigava com ela”.
 
‘Costurar decote’
 
 “Quando fomos retirar as coisas da casa dela, vi o que ela usava e dava dó. As calças que ele comprava pra ela eram tamanho 46, sendo que ela usa 40 ou 42. Não poderia marcar o corpo. Tanto que minha irmã tinha que usar cinto para que não caísse. As blusas, ela tinha de costurar para não aparecer nada de decote”.
 
Outro lado
 
O Olhar Direto entrou em contato com o advogado de Hélio, Anderson Nunes de Figueiredo, que explicou que: “ainda hoje fará as cargas do processo. Protocolei pedido de fotocópia do inquérito policial na Delegacia da Mulher. O que eu tenho pra te dizer de novo, é que no dia 19 (terça-feira) estive acompanhando a M., junto com o pai e a madrasta na residência do casal”.
 
“Fomos até lá de forma voluntária, sem ordem judicial e ela retirou quatro malas de roupas, vários sapatos, joias, bijuterias, violão, cachorro de estimação do casal, quadros, perfumes, cremes e ainda fizemos uma prévia de uma partilha de um valor que o casal tinha em comum, que era referente a algumas gramas de ouro que eles tinham. Houve quase que uma separação de bens”, explica o advogado.
 
Por fim, o advogado ainda revelou que Hélio, que continua foragido, está passando por tratamento psiquiátrico e psicológico. A defesa ainda alega que, no momento certo, o seu cliente será apresentado à justiça.
 
O caso
 
O filho de um dos sócios de um shopping situado no bairro Jardim das Américas, Hélio Pereira Cardoso Neto, de 37 anos, é acusado de agredir e manter a esposa em cárcere privado por quase dois anos. Segundo a denúncia, a qual o Olhar Direto teve acesso com exclusividade, ele é suspeito de torturar física e psicologicamente a vítima, identificada como M.C.M.S., 23 anos.
 
Segundo o relato, ela era agredida com socos na cabeça, só podia fazer necessidades fisiológicas na presença do marido e quando saia, tinha de manter a cabeça baixa. Hélio, que tem mandado de prisão preventiva decretado pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, está foragido.
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