O governador Silval Barbosa (PMDB) assegurou que irá prestar depoimento na operação Ararath apenas na condição de testemunha e questionou os motivos da recente vinda do procurador-geral da República a Cuiabá, Rodrigo Janot Monteiro, que insinuou a possibilidade de ocorrerem novas prisões de investigados. “Eu trabalho com fato concreto. Não seio que ele veio fazer aqui em Mato Grosso. Estou super tranquilo sobre isso”, afirmou o governador, durante entrega de 30 veículos para unidades vinculadas à Secretaria de Educação (Seduc).
Testemunha de Eder, Silval afirma que está pronto para contribuir com a Justiça
“Eu falo com quem eu quiser. Na hora em que quiser. Só não vou citar algumas coisas, porque [meu processo encontra-se] sob sigilo, por determinação do STF. Eu não tenho e, se quiser ligar para ele, posso ligar, não estou proibido de falar com ele, é ele quem tem essa restrição”, pontuou ele, citando decisão do ministro Dias Tófolli, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Quem tem restrição de falar com alguém é o deputado [José] Riva e não eu”, emendou ele.
“Depois de todo o terrorismo que fizeram em minha casa, ele [Rodrigo Janot] ainda vem aqui com insinuações [de prisão]. Eu só vou depor como testemunha”, emendou Barbosa.
Silval deixou implícita sua avaliação de que a visita de Janot Monteiro, no último dia 10, estaria recomendando que não houvessem conversas entre si. Ele revelou que o Ministério Público Federal (MPF) poderia pedir a revogação de medida cautelar e de prisão preventiva, mesmo sem citar nomes dos que seriam algemados. Janot reiterou que operação da Polícia Federal investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro e crimes financeiros em Mato Grosso e que ninguém está “imune nem impune”.
O governador disse que, embora tenha foro privilegiado, no STF, não irá se esconder sob o mandato para deixar de depor, como testemunha de defesa, no processo do ex-secretário Eder de Moraes Dias, da Fazenda.
O depoimento será entre os dias 24 e 25 de julho. Eder Moraes encontra-se na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, e virá de avião da PF, para acompanhar as audiências em Cuiabá. Ele é apontado como um dos principais operadores do suposto esquema de lavagem de dinheiro.
Ao menos do ponto de vista oficial, Rodrigo Janot veio a Cuiabá para se reunir com a “força-tarefa” do MPF designada para atuar nas investigações da PF e para definir novas estratégias de condução da operação.
