A área desmatada da Amazônia Legal nos Estados de Mato Grosso, Pará e Rondônia aumentou 57% entre 2007 e 2011 nos 58 municípios monitorados por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados fazem parte do 5º ano do mapeamento e monitoramento do plantio de soja no bioma Amazônia e foram divulgados nesta sexta-feira (26.10), em Brasília.

De acordo com o levantamento, no mesmo período, foram desflorestados 4,51 milhões de hectares em todo o bioma Amazônia, dos quais 3.47 milhões de hectares se encontram nos três estados monitorados pelo Inpe.

Ainda conforme o documento, a área de soja localizada em regiões desmatadas no bioma no período da moratória corresponde a 0,41% de todo o desflorestamento e a 0,53% da supressão nos três Estados produtores de soja. O Brasil tem uma área de 25 milhões de hectares de soja, dos quais 2,1 milhões estão no bioma Amazônia.

"Esses dados indicam que a soja não é um vetor importante de desmatamento no bioma Amazônia", sublinhou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Carlo Lolatelli, que renovou o compromisso da indústria de não adquirir soja cultivada em área de desmatamento ilegal.

De acordo com o representante da agroindústria, assinar a moratória fez com que a cadeia produtiva da soja percebesse a importância de estabelecer um diálogo com sociedade civil organizada, que inclui as organizações não governamentais (ongs) tão combatidas nestes últimos debates sobre a aprovação do Código Florestal.

"Não estavamos sabendo nos comportar com toda a sociedade. A indústria é sempre reativa às condiderações da sociedade. Éramos reativos com total incompetência. Mas mudamos de postura. A moratória atenuou problemas e criou conscientização. O Brasil pode mudar com relação à preservação da biodiversidade e defesa do homem", declarou Lovatelli.