Enquanto, no mercado interno o dólar em alta é favorável para a cotação da soja, milho, algodão e carne, para a aquisição de insumos os patamares atuais da moeda norte-americana encarecem o custo de produção. Na semana passada o dólar chegou a valer US$ 3,30 e nesta segunda-feira (23) iniciou a R$ 3,23. Com o aumento do dólar a saca de 60 quilos de soja no mercado interno valorizou-se chegando a R$ 61 em Alto Araguaia e Rondonópolis.

A alta do dólar, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk, é “benéfica” por trazer competitividade nos custos, visto o aumento da soja em real. “Quanto mais o dólar aumenta, mais em reais a soja se valoriza”.

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De acordo com o presidente da Aprosoja-MT, o desempenho visto na moeda norte-americana ao mesmo tempo que é positivo por um lado não é por outro. “Está bom para a valorização da soja no mercado interno. Contudo, na aquisição de insumos para a próxima safra de soja, a 2015/2016, não é viável ainda. As compras destes insumos começariam agora, mas estão lentas em decorrência ao que estamos vendo com o dólar e a cotação internacional da soja em baixa”.

O dólar em alta também prejudica a pecuária com os sais minerais para a composição da suplementação alimentar dos bovinos, revela o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes. “Por ser um produto importado acaba por elevar o custo de produção”.

O presidente da Acrimat comenta, ainda, que hoje 30% da carne produzida por Mato Grosso tem como destino as exportações. Ele frisa que enquanto houver demanda externa o setor e frigoríficos se beneficiam com a alta do dólar, porém “se o dólar subir demais e os importadores começarem a querer baixar o preço em dólar, isso pode trazer consequências de queda de preço”.