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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Investir em tecnologia e conhecimento é saída para pecuaristas tornarem atividade lucrativa

Evolução tecnológica, biotecnologias da reprodução, gestão estratégica na pecuária de cria, aumento considerável no abate de bovinos, sistemas de produção interligados ao melhoramento genético do produto final. Diferentes técnicas e sistemas surgiram nas três últimas décadas que acabaram por tornar a pecuária uma atividade mais lucrativa, mas que ainda precisa evoluir economicamente para atingir o patamar alcançado pela agricultura.

Foto: Reprodução/Ilustração

Inseminação no Brasil é baixíssima; apenas 8% das matizes são inseminadas artificialmente

Inseminação no Brasil é baixíssima; apenas 8% das matizes são inseminadas artificialmente

Evolução tecnológica, biotecnologias da reprodução, gestão estratégica na pecuária de cria, aumento considerável no abate de bovinos, sistemas de produção interligados ao melhoramento genético do produto final. Diferentes técnicas e sistemas surgiram nas três últimas décadas que acabaram por tornar a pecuária uma atividade mais lucrativa, mas que ainda precisa evoluir economicamente para atingir o patamar alcançado pela agricultura. Contudo, a premissa principal da atividade continua a mesma: as vacas continuam sendo essenciais na produção de bezerros, e é ela que determina os ciclos de preços do boi gordo e dos animais de reposição, eixo central do labor exercido pelos que atuam na pecuária.

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O acesso a estas informações foi ampliado durante evento realizado pela realizado pela Scot Consultoria em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Um grupo de aproximadamente 200 criadores se familiarizou com temas como as Variáveis Ambientais da Propriedade Rural no Estado de MT, Produção de Embriões Bovinos, Boas Práticas no Manejo de Bezerros ao Nascimento, Utilização de Touros Jovens, Incremento da Eficiência Reprodutiva, Uso de Aditivos Zootécnicos, Nutrição e outras temas pertinentes a prática da pecuária.

Tais assuntos, abordados por especialistas como o médico veterinário da Scot Consultoria Hyberville Paulo D’Athayde Neto; o engenheiro agrônomo da Fazenda Figueira José Renato Silva Gonçalves; Sérgio Raposo de Medeiros, da Embrapa Gado de Corte; o Prof. Fabiano Alvim, médico veterinário da UFMG; Profº. Moacyr Corsi – Engenheiro agrônomo – ESALQ – USP; Profº. Dr. Pietro Baruselli – Médico veterinário FMVZ – USP; Dr. João Henrique Viana – Presidente da Sociedade Brasileira de Transferência de Embriões e Alessandra Panizi Souza – UMSA – Universidad del Museo Social Argentino; dentre outros, elucidaram dúvidas sobre as questões supracitadas.

No que concerne ao incremento da eficiência reprodutiva, foi explicado aos participantes definições de Cria, Recria e Engorda (sistema de produção usado no Brasil); quais métodos aplicar para atingir o dobro ou triplo da rentabilidade da cria; a preocupação com a criação dos bezerros, com vistas a minimizar perdas se baseando no tripé nutrição, sanidade e genética e protocolos sanitários que acabam por evitar a ocorrência de doenças como a aftosa e a brucelose.

Entre os tópicos que mais causaram interesse dos participantes estava o que esclarecia práticas que objetivam aumentar a quantidade e qualidade de bezerros em rebanhos de corte. “O desafio de associar o desenvolvimento econômico a conservação ambiental passou a ser um tópico de discussão mundial, e para atender a demanda mundial por alimento é essencial que pensemos no desenvolvimento e na produtividade das atividades agropecuárias de modo a não provocar a escassez dos recursos naturais”, comentou o Profº. Dr. Baruselli.

O doutor esclareceu ainda que a eficiência reprodutiva dos rebanhos é um fator limitante para o crescimento da pecuária sustentável. “O Brasil possui em torno de 70 milhões de fêmeas em idade reprodutiva e produz apenas 45 milhões de bezerros por ano, o que resulta numa taxa de desmame negativa (-65%); além disso utilizamos muito pouco a inseminação artificial (no País apenas 8% das matizes são inseminadas artificialmente); isto acaba por prejudicar o setor como um todo”, avaliou Baruselli.

À Scot Consultoria, o Profº Dr. Moacyr Corsi falou sobre outro assunto bastante debatido pelo setor: a dificuldade encontrada pelo pecuarista quando se trata do manejo de pastagens nas fazendas de cria. “Esta não é uma dificuldade específica. Dependendo da propriedade enfrentam-se problemas com a infraestrutura relativa às divisões de pastagens, aguadas, tropa para o manejo do rebanho, etc”.

Corsi citou ainda as dificuldades encontradas com o preparo técnico da equipe por falta de treinamento, com relação ao controle de invasoras, com conceitos e aplicações errôneas no manejo das pastagens, com conceitos distorcidos quanto à interpretação de "intensificação do sistema de produção" normalmente confundido como o uso de adubações, com a definição de metas para o desenvolvimento do sistema de produção.

“Aliás, acredito que a falta de metas seja o motivo principal para justificar o desânimo e descrença do pecuarista em relação à economia da atividade pecuária. Uma parcela significativa de produtores não sabe do potencial da pecuária, por isso convivem com índices zootécnicos que estão imutáveis há cerca de 50 anos. O paradoxo nessa atividade é que "ter experiência em pecuária" quando se pratica índices zootécnicos tão baixos deve merecer cuidado na interpretação”, finalizou o doutor.
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