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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

Notícias | Pecuária

Em MG, cresce o número de criadores de pacas e cutias

Quando a noite cai, a criação no município mineiro de Baldim, perto de Belo Horizonte, ganha mais vida. Nos recintos de criação de pacas, os animais de hábitos noturnos saem da toca para comer e passear.


De dia podemos conhecê-los melhor. As pacas são consorciadas com as cutias, dois roedores de hábitos semelhantes. Elas ficam escondidinhas na toca, mas se mexer, elas podem saltar bem alto.

As pacas têm pelo castanho e manchas claras no corpo. Nas cutias, a cor dos pelos é mais homogênea, mas orelhas, patas e caras são bem parecidas. Os dois animais são silvestres. Na natureza, ocorrem no Cerrado, na Mata Atlântica e na região Amazônica.

A criação só pode ser feita com autorização do Ibama. Na propriedade visitada há 30 piquetes com 120 pacas e cutias.

Os piquetes tentam simular o ambiente natural dos animais. O chão é de terra e no lugar da sombra das árvores, a área é coberta. Manilhas que parecem ser só decorativas, na verdade, funcionam como esconderijo para os animais e como tanto as pacas, quanto as cutias vivem sempre próximas da água, tem também uma piscina e claro, a toca, onde elas passam boa parte do dia.

Pacas e cutias são tímidas. Fogem temerosas e chegam a escalar as grades para escapar do perigo, por isso, o recinto tem um fechamento caprichado.

No local da criação, elas elegem um cantinho para suas necessidades, mantendo o resto da área limpo.

O zootecnista Fábio Hosken mostra que um dos problemas da criação são as brigas e para quem lida com os animais, um cuidado importante é com os dentes. Para gastá-los são oferecidos galhos de goiabeira e eucalipto e pelas marcas na madeira é possível notar que são bem apreciados.

Elas gostam também de tomate, berinjela, jiló, abobrinha, farelo de soja e grãos de milho. Tudo isso é plantado na própria fazenda para garantir a oferta. Na comida, Fábio coloca o vermífugo, principal medicamento dos animais.

O zootecnista destaca a simplicidade da criação. Como animais silvestres, quanto menos mexer com eles, menos estresse.

Assista ao vídeo com a reportagem completa e confira como funciona o cruzamento dos animais e o período de gestação das fêmeas.

A cutia tem melhor desempenho reprodutivo e valor mais baixo no mercado, como explica o dono da criação Luiz Fernando Coelho de Souza.

Os principais clientes são pessoas que querem comprar o animal para ornamentação ou com interesse comercial. Luiz conta que pretende aumentar a criação e que tem projeto para abatedouro devido a procura.

Depois do desmame, aos três meses, os animais vão para um piquete de recria e engorda. Como tanto a paca quanto cutia são animais silvestres, o Ibama exige, por lei, que eles sejam marcados e isso normalmente é feito através do implante de um microchip.

As pacas ficam em ponto de abate com idade entre 10 e 12 meses, quando atingem cerca de oito quilos e são vendidas a R$ 60 o quilo do animal vivo. As cutias, entre 8 e 12 meses chegam ao peso de abate, quando alcançam quatro quilos e meio. O preço de venda é de R$ 40 o quilo do animal vivo.

No vídeo com a reportagem completa, você confere duas sugestões de consumo dos animais, a paca à pururuca e a cutia ensopada.
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