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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

Notícias | Pecuária

Setor de leite longa vida deve crescer mais de 4% neste ano, projeta ABLV

A Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV) mantém a projeção de crescimento de mais de 4% em volume de vendas em 2013 ante 2012. Se confirmada a expectativa, o setor comercializará cerca de 6,45 bilhões de litros de leite longa vida (UHT), ante 6,125 bilhões de litros vendidos no ano passado. Em relação a 2011, o avanço será de 5,3%. Segundo o presidente da ABLV, Cláudio Teixeira, o desempenho para o ano é "bem razoável", quando considerada a expectativa do mercado para o crescimento da economia.


– É um porcentual bom, mesmo diante de uma expectativa de crescimento pequeno da economia e até por isso que é menor do que avançamos no ano passado. Mas há uma demanda forte pelo leite longa vida, porque é muito relacionado a praticidade. E também porque está havendo uma migração do leite informal e do pasteurizado para o longa vida – explicou o executivo, que também é presidente da Italac, em workshop em comemoração do 19º aniversário da associação.

Somente no primeiro semestre ante igual período de 2012, conforme dados da ABLV, o consumo de leite longa vida aumentou 3,9%, para cerca de 3,2 bilhões de litros.

– Mesmo com uma desaceleração da economia, alimento é prioridade nos orçamentos familiares. E o leite acaba sendo produto primordial na alimentação – disse.

Oferta da matéria-prima e custos

Teixeira comentou que no primeiro semestre a indústria de leite longa vida teve aumento de custos de captação de leite, com maior remuneração ao produtor. Até agora, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os valores subiram quase 20%. O preço do produto não compensava tanto para o produtor desde 2007.

A principal justificativa da valorização está na crescente demanda das indústrias, graças ao crescimento do consumo. De maio para junho, a captação chegou a avançar cerca de 10,5% no Sul do país. Em Minas Gerais, o aumento na captação foi de 5,2%, em Goiás, de 4,5%, e em São Paulo, de 3,1%.

Mesmo crescente, a produção não acompanhou a demanda, o que tem provocado a alta dos preços, que passam de 17% na comparação com o mesmo período de 2012. Nos últimos 20 anos, o crescimento chegou a mais de 70%. A explicação dos especialistas está no aumento do poder aquisitivo do consumidor.

– A produção de leite até cresceu – 3% no período –, mas houve uma disputa muito forte pela matéria-prima, porque o valor do leite em pó cresceu significativamente, decorrente do comportamento do câmbio, diminuindo as importações – declarou.

O presidente da ABLV disse que uma oferta maior da matéria-prima será vista com a chegada da safra, entre o final de outubro e início de novembro.

– O valor da captação tenderá a cair a partir nesse período, mas não será uma queda relevante, porque os estoques das indústrias ainda estão baixos – ressaltou.

Questionado sobre impacto do câmbio no custo de produção do setor, Teixeira falou que ele se restringiu ao valor do leite em pó.

– Desde o final do primeiro trimestre até agora, os preços do leite em pó passaram de US$ 2.800 a tonelada para cerca de US$ 5.000 a tonelada. O produto importado perdeu competitividade, mas aumentou demanda pelo leite nacional.

O executivo contou que as indústrias de leite longa vida conseguiram repassar o aumento do custo de produção ao produto final (a maioria dos reajustes foi feita no segundo trimestre). Para ele, o valor pago ao produtor pela captação chegou "ao pico" e com a entrada da safra tende a cair.

– Já os valores ao consumidor tendem a ficar estáveis também até o período da safra – declarou.
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