Que diferença o câmbio faz…as incertezas na economia brasileira e a recuperação da economia norte-americana elevaram o dólar a mais de R$ 2,40, mudando o cenário da balança comercial de lácteos do Brasil. Até pouco tempo, a conversa era como evitar a entrada maciça de leite; agora, já se fala em exportação.

Além do câmbio, a elevação das cotações externas de leite melhoraram ainda mais o panorama comercial exerno do setor. Com preços acima de US$ 5.000/tonelada e câmbio de R$ 2,44, o valor máximo a ser pago para o leite chega quase em R$ 1,30/litro, conforme mostra a tabela 1.

Claro que esse valor depende sempre das duas variáveis: câmbio (que passa por volatilidade e que poderá ceder caso os EUA mantenham a política de estímulo a economia) e cotações externas. No caso destas últimas, nada indica que teremos forte redução dos valores, visto que os leilões da plataforma gDT têm apresentado consistência mesmo para entregas em plena safra neozelandesa, de outubro a dezembro.

Assim, já há empresas voltando a sondar o mercado exportador a partir de outubro, quando a oferta tende a aumentar por aqui, ainda que não de forma elevada.

A válvula de escape via exportação é sempre interessante, como ocorrera em 2007 e início de 2008. É aguardar para ver se a mudança de cenário de fato virá.