Opinião
A Rosa e o Sapo
Autor: Licio Antonio Malheiros
28 Dez 2020 - 08:00
Na história original, aparece o sapo e a rosa, fiz essa inversão nas posições dos personagens de uma história que acontece em um lindo jardim. Na chamada, a aparição da rosa, primeiro que o sapo, se dá, por sua beleza, pelo seu cheiro delicioso, por sua imponência, enfim pelo destaque das mesmas em um jardim, principalmente pelo visual.A história em questão, envolvendo a rosa e o sapo, apesar de se tratar de uma narrativa, sucinta e resumida, porém recheada de situações e momentos comuns, e na maioria das vezes, relacionados às nossas vidas, e que nem sempre nos atentamos para isso, deixando-nos guiar na maioria das vezes: pela aparência, pela necessidade, pelo egoísmo, pelo interesse, pela soberba, pela prepotência, por nos sentirmos mais bonitos, mais fortes, mais importantes, mais inteligentes e por ai vai.
Esta narrativa se dá em um belo jardim; no qual, uma rosa linda e charmosa que se vangloriava da sua beleza e se sentia maravilhosa por isso, porém ela percebeu que as pessoas a admiravam e a observavam de longe, isso a deixava extremamente intrigada, ela não sabia o motivo desse distanciamento das pessoas, ao contemplá-la.
Eis que um dia, percebeu a presença de um sapo, quase colado nela, imediatamente dirigiu-lhe, palavras ásperas, duras, principalmente relacionadas ao seu estereótipo; chamando-o de sapo feio, olhos esbugalhados, pele horrível com manchas feias e visíveis, enrugado e por aí vai.
Obviamente, o sapo ficou muito triste, pois via nela, uma beleza sem igual, um perfume maravilhoso, uma imponência que poucos tinham naquele jardim, porém sentindo ofendido e magoado com as palavras ásperas e certeiras a ele dirigidas, resolveu com muita tristeza deixá-la, e seguiu o seu caminho.
Assim que ele se afastou, a rosa nem percebeu a sua saída, pois era, o que ela mais queria seu afastamento e distanciamento; porém com o passar do tempo, ela percebeu aproximar-se de si muitas formigas, ela ficou apavorada com a presença das mesmas, sem poder fazer nada e muito preocupada, lembrou-se do sapo; e passou a entender que quem realmente, mantinha sua beleza reluzente e estonteante era aquele sapo, pois era aquele sapo feio, asqueroso, que impedia a presença das formigas comendo-as com sua longa língua, desta forma, mantinha a rosa linda e cheirosa .
Moral da história, muitas vezes em nossas vidas afastamos de nós, pessoas que realmente poderiam somar, e que funcionariam como verdadeiros sapos, comendo as formigas que são muitas e de todas as espécies possíveis, na tentativa de destruir-nos.
E na maioria das vezes, nos afastamos delas: por medo, por egoísmo, por egocentrismo, pela certeza de que somos os melhores e que não precisamos de ninguém para viver, ledo engano, nesta terra, todos somos iguais, por conseguinte não podemos viver sozinhos, pois homem nenhum é uma ilha, é nesse momento, que perdemos as melhores oportunidades das nossas vidas.
Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo