A política do café com leite presente na República Velha, com características de voto de cabresto, alto teor de corrupção em apurações, clientelismo e principalmente poder passado de pai para filho, demonstra já que o Brasil tem em sua história um forte caráter de “uma mão lava a outra”. Nem mesmo os desmandos, a violência a corrupção, são suficientes para acabar com acordos políticos e mudar a cabeça do povo. Política aqui nunca foi levada como instrumento de mudança ou melhoramento da vida do povo. Aqui representa poder e oportunidade de enriquecer.

Dessa forma, atualmente em nossa querida e histórica Cuiabá, vivemos um momento de volta as Oliguarquias que haviam experimentado em um passado recente algumas derrotas na urna. Emanuel Pinheiro surgiu da não reeleição de Mauro Mendes a Prefeitura, pegando todos os seus apoiadores de surpresa e quis o destino que posteriormente, Emanuel se transformasse no seu principal adversário político. Hoje Cuiabá é uma espécie de Condado, isolado daquilo que o governo do Estado pensa para condução dos municípios.

Como Economista e Professor, costumo dizer que números não mentem e não levam desaforos, porém são que nem seres humanos, podem ser maquiados e interpretados da forma como convém. Ao analisar o cenário de eleição para governo do Estado, Mauro sairá vitorioso do pleito, mas não se pode dizer que Emanuel sairá derrotado da Guerra. Emanuel Pinheiro hoje é o político mais influente da baixada Cuiabana, tem um apoio considerável dos vereadores e de muitos líderes apesar de inúmeros escândalos e prisões dentro do seu secretariado e o famoso caso do paletó. Emanuel sabe articular, e como prêmio de consolação, seu filho será eleito entre os três Deputados Federais mais bem votados e de quebra Márcia Pinheiro com quase 29% de rejeição da baixada Cuiabana, segundo o IPEC, vai consolidar seu nome na política para as próximas eleições.

Como diz o ditado, nada mal para quem na primeira eleição foi eleito no susto e na reeleição virou apesar de todas as indicações contrarias. Isso prova minha teoria da política do tchã co bolo. Estamos em uma nova fase em Cuiabá, onde nem mesmos os escândalos são capazes de abalar os políticos que tem base. Emanuel formou uma base solida e fiel e ainda vai dar trabalho. O que me preocupa e aonde o povo fica nessa história.......

Ou escolhemos avançar com novos nomes na política de Cuiabá e Mato Grosso, ou existe uma grande probabilidade de vermos por mais 30 anos os mesmos nomes voltando. O clã Pinheiro está vivo e pronto para as próximas batalhas. Atualmente vejo apenas um nome capaz de fazer frente aqui em Cuiabá, que seria Eduardo Botelho. Resta saber até aonde o mesmo quer chegar. O que veremos nessas eleições são poucas mudanças e essa campanha foi extremamente positiva para família Pinheiro. Uma pré campanha para a próxima.

Resta saber se a política do tchá com bolo será amarga e com o bolo queimado ou substituída por política pública de verdade? Se não haver mudanças profundas nos quadros políticos, principalmente na “casa dos horrores”, corremos o risco de CUIABÁ, virar uma verdadeira terra do filhismo e das “famílias”....... E quem vai para o abatedouro é o POVO.


Fernando Henrique da Conceição Dias (fhdias1290@gmail.com)
Economista
Mestrando em Economia pela UFMT
Pós graduado em Gestão de Projetos
Gerente Comercial e Especialista em crédito imobiliário
Graduando Superior em tecnologia de Gestão de cooperativas
Consultor de Tecnologia e Inovação