A deputada federal Coronel Fernanda (PL), que representa Mato Grosso nas discussões relativas à demarcação da Terra Indígena Kapôt Nhinore, disse nesta terça-feira (3) que está colhendo assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o processo de demarcações pretendido pelo governo federal. Segundo a parlamentar, não há informações precisas sobre o georreferenciamento dessas aldeias nem sobre a densidade populacional dos indígenas na localidade.
Em julho, a ministra Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, anunciou a aprovação dos estudos para demarcação da Terra Indígena Kapôt Nhinore, localizada nos municípios de Vila Rica (MT), Santa Cruz do Xingu (MT) e São Félix do Xingu (PA).
A possibilidade de nova delimitação provocou a ira de produtores rurais que ocupam a área, que é tradicional dos povos Kayapó Mebêngôkre e Yudjá e tem cerca de 362.243 hectares. Os Kayapó reivindicam o território desde o começo da década de 1980, como consta nos registros de processos relativos à demarcação das terras indígenas habitadas pelo mesmo povo, mas associadas a subgrupos específicos.
Coordenadora da Comissão Externa criada para discutir o assunto na Câmara dos Deputados, Coronel Fernanda convocou uma audiência para abordar a demarcação e em razão da visita técnica à área em fase de delimitação e audiências já promovidas.
A reunião, no entanto, foi interrompida por conta do inicio da sessão plenária. Produtores rurais que acompanhavam a audiência ficaram irritados porque o debate foi encerrado sem ouvi-los. Entre eles estava o ex-prefeito de Confresa (1.160 km de Cuiabá), Iron Marques Parreira, que possui propriedade na Terra Indígena e foi preso em 2016 por suspeita de associação criminosa e envolvimento com grilagem de terras na região.
“É uma situação complicada, porque envolve indígenas e não indígenas e cada qual têm sua realidade, uma história de vida, construíram sonhos e a gente vai ter que pautar para que no final consiga chegar num denominador comum, pacifico e justo para ambos os lados. Vamos aguardar como é que a Funai vai conduzir isso. Já estamos trabalhando aqui na Casa, colhendo assinaturas, para a formação de uma CPI das demarcações. Olhando superficialmente vemos uma quebra, porque é um processo que começou em 1997, a gente não vê informações definidas no que tange a real localização dessas aldeias, quem são os povos que realmente tão morando lá. As informações são vagas ao meu modo de ver e isso tem causado aflição na população”, justificou a parlamentar.
Segundo a deputada, atualmente existem 201 propriedades rurais produtivas nessa área.
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