O governador Mauro Mendes (União) afirmou que irá avaliar a proposta do Tribunal de Contas (TCE-MT) pela estadualização do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). O gestor, no entanto, cobrou que o município precisa cumprir suas obrigações, já que os recursos para manter a unidade em pleno funcionamento não seria um problema.

Leia também
TCE recebe contas de governo e propõe a Mauro estadualização do HMC na capital

Mauro fez comparativo com o último ano em que esteve na prefeitura da capital, quando o HMC ainda estava em obras. Disse que na época o município arrecadava metade do que se arrecada atualmente, além de não ter apoio do governo estadual – destacou o fato de o governo ter aumentado o número de leitos do Metropolitano em Várzea Grande e assumido a administração da Santa Casa em sua administração.

“Tem que ser estudado com cautela, nós vamos estudar, mas o município tem que cumprir a sua obrigação. Ele recebe dinheiro da União para prestar o serviço, temos dois hospitais grandes na Baixada Cuiabana. Quando fui prefeito, até 2016, o estado não tinha um hospital aqui na região, tinha o Metropolitano com 56 leites. Hoje o Metropolitano tem 270 leitos, temos o Hospital Estadual Santa Casa, que presta diversos serviços”, afirmou, em conversa com a imprensa nesta quarta-feira (3).

“O que aconteceu nesse período de quase oito anos, se a arrecadação do município aumento 100%? Em 2016 foram R$ 2 bilhões arrecadados, fechou 2023 com R$ 4,2 bilhões. Mais que dobrou, mas o que foi que o dinheiro não está dando para mais nada?”, questionou, ressaltando que o estado já presta serviços muito melhores e maiores que prestava em 2016.

A proposta de estadualização foi feita pelo presidente do TCE-MT, Sérgio Ricardo, durante entrega das contas de governo, referentes a 2023. De acordo com o conselheiro, a medida garantiria o melhor direcionamento de recursos para a Saúde, que acumula passivos financeiros. “A Prefeitura de Cuiabá não tem condições de tocar o HMC e o Hospital São Benedito do jeito que tem que ser feito. Hoje, a demanda é muito maior do que a capacidade que a estrutura tem de atender. É uma questão urgente”.

De acordo com o presidente, tanto o prefeito da Capital quanto o governador demonstraram predisposição em relação ao tema. “As discussões políticas têm que ficar fora desse contexto, porque a Saúde de Cuiabá precisa de socorro”.