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Quinta-feira, 06 de junho de 2024

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Justiça manda cortar energia e moradores que ocupam residencial ficam sem poder refrigerar medicamentos

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Justiça manda cortar energia e moradores que ocupam residencial ficam sem poder refrigerar medicamentos
Mais de 1.200 famílias que ocupam as casas do Residencial Colinas Douradas, um condomínio do projeto ‘Minha Casa, Minha Vida’, em Várzea Grande, estão sem energia. Na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Federal e a Energisa estiveram no Residencial Colinas Douradas para efetuar o corte. Joceli Epifânia, de 51 anos, é uma das ocupantes do local, que deveria ter sido entregue há mais de 5 anos. Ela sofre de diabetes e precisa de energia para manter seus medicamentos refrigerados.


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Por volta das 6h da manhã, a Energisa, sob escolta da Polícia Federal e da Polícia Militar, realizou o corte da energia no local. Segundo os ocupantes, os policiais avisaram que eles teriam que sair até quarta-feira, “por bem ou por mal”.

O residencial foi ocupado no mês de setembro deste ano. De acordo com os manifestantes, as casas do residencial, que deveriam ter sido entregues há cinco anos, seguem com as obras paradas e sem previsão de entrega.

Joceli Epifânia, de 53 anos, é aposentada e ocupa um dos imóveis. Ela sofre de diabetes e pressão alta, por isso faz uso de vários medicamentos, sendo um deles a insulina, que precisa de refrigeração.



“Faço tratamento com insulina há três anos. Eu recebo os remédios e guardo na minha geladeira, mas se falta luz o remédio estraga e se eu tomar passo mal. Já fui parar no pronto-socorro por conta disso”, conta Joceli.

De acordo com os ocupantes, uma manifestação será realizada hoje, em frente ao prédio da Justiça Federal. O objetivo da movimentação é parar a ordem de despejo e solicitar meios de regularização.

“Todas as pessoas aqui fizeram sua inscrição e tiveram seu cadastro pré-aprovado. Tem mãe de família, idoso, cadeirante, criança. São pessoas que realmente precisam. Aí hoje cortaram nossa energia e nos deram até quarta-feira para sair daqui”, conta Valquíria Lopes de Souza, uma das ocupantes do local.

“Aqui tem muita gente. São mais de 1.200 famílias, muitas crianças e muitas pessoas necessitadas. Não estamos correndo de pagar a parcela. A gente queria que as autoridades pudessem vir aqui, organizar com todo mundo para que todos possam pagar sua parcela e ter sua moradia”, reitera.



“Queremos sim regularizar, é o que nós mais queremos. Queremos moradia. Tem mãe com 6 filhos, gente necessitada. Se o poder público e os governantes pudessem olhar para nós. Aqui são pessoas abandonadas. São pessoas necessitadas, carentes, mas que tem voz. Nós vamos lutar para isso”, finaliza Valquíria. 

Nesta tarde, os moradores organizaram um protesto em frente a sede da Justiça Federal. 

A empresa Energisa se manifestou oficialmente sobre o caso por meio de nota. Confira abaixo na íntegra:

A Energisa explica que as ligações de energia no Residencial Colinas Douradas foram feitas de forma irregular e sem consentimento da empresa, trazendo riscos à população que mora na região, impactando negativamente no fornecimento de energia dos moradores próximos ao local e configurado como furto de energia elétrica. No local há uma invasão de propriedade particular, situação que vai além da ação isolada da Energisa. A concessionária atuou retirando as conexões que foram colocadas na rede elétrica sem autorização. Conforme regulação que rege o setor elétrico, cabe à concessionária fiscalizar e atuar para que ligações dessa natureza não ocorram. A operação no residencial faz parte de uma ação de reintegração de posse da área e foi feita em parceria com as Polícia Federal e Militar para garantir a segurança de todos.
 
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