Quem esperava que o deputado Eduardo Botelho retornaria de Brasília com as malas prontas para deixar o União Brasil teve suas expectativas frustradas. De volta a Cuiabá, nesta sexta-feira (11), o parlamentar esclareceu a polêmica declaração dada por ele no início da semana, de que já se via fora da legenda, e observou que ainda depende de uma liberação formal por parte de Mauro Mendes, caso a desfiliação seja de fato o seu caminho.

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A principal rusga que ainda paira, de acordo com Botelho, é com relação à falta de deliberação sobre o critério que será adotado para a escolha do candidato do partido em Cuiabá. O deputado garantiu, ainda, que sua permanência no União Brasil segue em aberto.

“Existe muita conversa ainda. O que eu disse é que o que me parece é que o caminho será esse mesmo. Mas eu não posso dizer que estou de saída, eu preciso da liberação do partido. Conseguir essa liberação ainda envolve muita conversa. Eu vou conversar ainda com o governador e a cúpula do partido, discutir lá dentro, de repente as coisas podem mudar. Eu defendo que seja criado um critério claro, isso é o que realmente incomoda, porque me impede de fazer construções. Esse é que é o problema”, disse Botelho.

No início do ano, vale lembrar, a possibilidade de que o governador Mauro Mendes impusesse sua vontade pessoal na definição de quem será o candidato do União na Capital provocou forte reação entre os aliados de Botelho. A confusão, na época, envolveu até uma ameaça de debandada de algumas lideranças.

Na ocasião, para contornar a crise, Mauro Mendes garantiu que o assunto só voltaria a ser discutido mais tarde e prometeu dar liberdade para que Botelho pudesse viabilizar sua eventual candidatura. Além disso, o governador afirmou que se o deputado resolvesse de fato mudar de partido, não iria lhe impedir.

A princípio, o União Brasil só iria se sentar para resolver o dilema a partir do mês de outubro. Na última segunda-feira (7), no entanto, Botelho faltou a uma reunião da legenda e justificou que já trabalhava com a hipótese de estar fora do partido. A declaração de Botelho pegou inclusive seus aliados de surpresa.

Questionado sobre o assunto, inicialmente, o governador Mauro Mendes colocou panos quentes na situação. “Eu não posso aqui, como governador, como presidente de um grande partido, ficar me pronunciando porque eu ouvi alguém falar, não dá. Vou conversar com ele primeiro e depois eu posso até falar algo”, defendeu.

Na quinta-feira (10), perguntado novamente, Mauro voltou às eleições de 2010, quando disputou o governo do Estado pela primeira vez e perdeu o pleito para o ex-governador Silval Barbosa, para defender a tese de que a amizade independe de apoio político. “Em 2010 o Blairo não me apoiou [ao governo] e eu continuei sendo amigo dele, nossa relação não mudou. Ele me apoiou para prefeito em 2008 e ele apoiou Silval em 2010, não briguei com ele. Eu vou conversar com Botelho. Se ele quiser continuar, será bem-vindo. Não tem essa imposição [permanecer]”, disse.