Olhar Direto

Sábado, 08 de junho de 2024

Notícias | Cidades

Líder da Colibri

João Arcanjo Ribeiro chega para depor na GCCO sobre esquema do 'jogo do bicho'; fotos e vídeo

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

João Arcanjo Ribeiro chega para depor na GCCO sobre esquema do 'jogo do bicho';   fotos e vídeo
João Arcanjo Ribeiro, apontado como o líder da ‘Colibri’ e principal organizador do ‘jogo do bicho’ em Mato Grosso, chegou no início da tarde desta quinta-feira (6) para depor na sede da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). O ex-comendador foi um dos presos na ‘Operação Mantus’ e está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE).


Leia mais:
'João Arcanjo Ribeiro está civilmente morto', diz advogado de defesa
 
O ex-comendador chegou algemado à sede da GCCO para prestar depoimento. Além dele, também foram encaminhados Laender dos Santos Andrade e Rosalvo Ramos de Oliveira, que serão ouvidos pelos delegados Luiz Henrique Damasceno e Juliana Chiquito Palhares.

Na última terça-feira (04), o genro de Arcanjo, Giovanni Zem, também foi ouvido pela GCCO. Na ocasião, preferiu manter-se em silêncio. Frederico Muller Coutinho, apontado como líder da 'FMC Ello' foi outro a decidir se pronunciar apenas em juízo. A oitiva dele aconteceu na quarta-feira (05), na Delegacia Fazendária (Defaz).
 
O grupo de João Arcanjo Ribeiro comando o ‘jogo do bicho’ em Mato Grosso há pelo menos 30 anos. Esta é a estimativa feita pela Polícia Civil, que investiga o ex-comendador e o prendeu na quarta-feira (29), durante a ‘Operação Mantus’. O delegado Luiz Henrique Damasceno, da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e responsável pelo caso acredita que o destino mais correto a ele seria uma prisão federal.
 
João Arcanjo Ribeiro, conhecido como “Comendador”, é acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, nas décadas de 80 e 90, sendo o maior “bicheiro” do Estado, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de reais em impostos, entre outros crimes.
 
No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio. A prisão do bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai. Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.
 
Agora, Arcanjo e os outros suspeitos devem responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.
 
As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
 
O empresário Frederico Müller Coutinho é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes que resultaram na prisão do ex-governador Silval Barbosa. Müller trocava cheques no esquema e chegou a passar dinheiro para o então braço direito do ex-governador. Os cheques teriam sido emitidos como parte de um suposto acordo de pagamento de propina ao grupo político do ex-governador.
 
Durante as investigações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.
 
Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.
 
Em abril de 2018, após deixar a prisão, Arcanjo recebeu a equipe do Olhar Direto. De imediato, o ex-bicheiro avisou que não se tratava de entrevista e, sim, de uma forma de mostrar à imprensa que deseja seguir em frente a sua vida, no anonimato, deixando para trás os sobressaltos do passado.
 
Embora tenha passado praticamente 15 anos sendo transferido de um Presídio Federal para outro, tendo passado mais tempo em Campo Grande (MS), ele revelou que sua mente sempre foi livre. Ele observou que esteve preso, mas nunca foi preso.

R$ 200 mil

As equipes da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) encontraram aproximadamente R$ 200 mil na casa de João Arcanjo Ribeiro, preso no último 29, como alvo da 'Operação Mantus'. A defesa afirmou que é costume de Arcanjo guardar dinheiro em casa, pela impossibilidade de ter conta bancária e que os valores foram declarados à Receita Federal.

“João Arcanjo Ribeiro, civilmente, está com a morte civil dele decretada. Ele não tem condição de ter uma conta bancária, não tem condição de fazer uma transação comercial, então como vai fazer uma pessoa dessas? Ele busca ter esta reserva em dinheiro, não é crime você ter dinheiro, desde que você declare ao Imposto de Renda”, disse o advogado Zaid Arbid.

O advogado afirmou que todas as acusações contra Arcanjo não têm substância. Ele comparou a Operação Mantus à Operação Arrego, que investigou se o bicheiro continuava no comando do jogo do bicho mesmo de dentro da cadeia. Ele diz que, assim como na Operação Arrego, Arcanjo será inocentado na Operação Mantus.

 
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet