Diante da dificuldade para conseguir manter as contas equilibradas, a Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis que sofre com o atraso de recursos por parte do Governo do Estado – um a parte para agregar ao Sistema de Única de Saúde (SUS) - aderiu esta semana a mais uma luta, o movimento nacional “Tabela SUS, Reajuste Já”.
Em coletiva de imprensa realizada hoje pela manhã na casa de saúde, com a presença da maioria dos funcionários que vestiam preto como forma de despertar atenção ao movimento, o diretor presidente da unidade, Fauto Del Claro Júnior, explicou que a ação objetiva sensibilizar o Governo Federal para uma remuneração coerente aos serviços prestados.
A diferença de valores entre o real e pago pelo SUS nos serviços é, segundo ele, gritante. “O SUS paga R$ 8,39 na bolsa de sangue, por exemplo, e o valor real é R$547,00. O custo da cesariana é de R$ 680,00 e o SUS repassa 390,00, do parto normal é R$ 520,00 e somente R$260,00 são pagos. Diferença que sai do bolso do hospital”, explica.
O último reajuste feito na tabela do SUS, de acordo com Del Claro Júnior foi em 2008. A defasagem dos valores da tabela é o que causa o endividamento do hospital. “Nós não fechamos as portas porque além dos atendimentos particulares nós temos alguns convênios. Se dependêssemos somente do SUS já teríamos fechado”, desabafou.
O movimento “Tabela SUS, Reajuste Já”, iniciou na cidade de Votuporanga (SP) e já tem adesão de mais de 200 instituições. Uma carta elaborada detalhando as dificuldades será enviada ao Governo Federal na intenção que se haja uma discussão sobre a situação.
Dívida Estado – O Governo do Estado está dois meses inadimplente com o hospital, o que totaliza mais de R$ 1,3 mi. Esses recursos são destinados a compra de medicamentos, materiais hospitalares e ao pagamento de médicos plantonistas, que não é coberto pelo SUS.
Com a situação, os médicos chegaram a entrar em greve por uma semana e paralisado com alguns atendimentos. Depois da pressão, o Governo do Estado pagou parte da dívida, mas logo atrasou novamente o repasse.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES/MT) reconhece a dívida, mas afirma que não há previsão para o pagamento.