Os advogados envolvidos na Operação Asafe, que investiga o esquema de venda de sentença no Poder Judiciário de Mato Grosso, serão julgados nesta segunda-feira (14) pelo Tribunal de Ética e Direito (TED) da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional de Mato Grosso (OAB-MT). A sessão será fechada e está marcada para começar às 18h.

O presidente da OAB-MT, Cláudio Stábile, informou que o processo contra os advogados da Asafe será prioridade no Tribunal, que poderá suspender os registros profissionais dos acusados de negociar sentença em Mato Grosso. A princípio, os envolvidos também poderão ser afastados temporariamente até a conclusão do inquérito.

Dentre os advogados envolvidos está Célia Cury, esposa do desembargador aposentado compulsoriamente José Tadeu Cury, apontada como peça chave no inquérito presido pelo Superior Tribunal de Justiça. De acordo com as investigações realizadas pela Polícia Federal, Cury e a dona de casa Ivone Reis seriam as principais intermediadoras do esquema.

Ao que se pode perceber, Ivone fazia os contatos com os advogados e em seguida entrava em contato com Célia Cury para articular as decisões no Tribunal de Justiça, onde tinha livre acesso. Além de Cury, outro advogado que desponta no centro das investigações é Max Weyzer Mendonça de Oliveira, que também é apontado num esquema de lavagem de dinheiro, usando contas de terceiros para depositar o dinheiro referente às negociações de sentença.

Durante a Operação Asafe foram presos também Alcenor Alves de Souza ( advogado e ex-prefeito de Alto Paraguai), Alessandro Jacarandá (advogado e sócio de Célia Cury), Cláudio Emanuel Camargo (empresário e genro de Célia Cury), Jarbas Nascimento (advogado e ex-chefe de gabinete de Tadeu Cury), Rodrigo Vieira (advogado) e Santos de Souza Ribeiro (advogado).

Todos os advogados são acusados de participar de um esquema de corrupção ativa e passiva, além de exploração de prestígio e advocacia administrativa.